Segurança investiga 'consórcio Trafinet' de TV a cabo montado por 'Grisalho' e 'Coronel, do 'TCP'
Sobrevivente do grupo de '3N' em SG, 'chefão' fez 'dobradinha' em novas atividades no Rio com líder do Muquiço, que já mandou destruir ponte para evitar ações policiais

As autoridades da área de Segurança Pública investigam a formação de um 'Consórcio do crime', organizado por dois dois traficantes mais procurados do Estado do Rio: Bruno da Silva Loureiro, de 38 anos, o Coronel, e Carlos Alberto Barros de Oliveira o Grisalho, de 34. Apontados como líderes da facção Terceiro Comando Puro' (TCP) eles passaram a adotar no Complexo do Muquiço, em Gadalupe, práticas semelhantes às adotadas por milicianos, com cobrança de 'taxas' a moradores, comerciantes e também a empresas da área de serviços coletivos à população que precisam ir aos locais com equipes operacionais. Uma das últimas decisões da dupla foi a criação de uma 'rede' de TV a Cabo clandestina, conhecida popularmente como 'Gatonet', que funciona 24 horas e disponibiliza dezenas de canais, mediante o pagamento de R$ 50. Mas para a instalação da Trafinet, segundo informações chegadas à polícia, os criminosos da quadrilha de Coronel e Grisalho mandaram 'cortar' os sinais toda rede oficial na regioão, mantida por firmas da área de TV a cabo e pagam a pessoas que detém conhecimento técnico na área para manter equipamentos clandestinos ligados aos gatos.
Várias denúncias sobre o novo 'modus operandi' dos traficantes do Muquiço estão sendo feitas. Os traficantes do Muquiço são adeptos de uma vertente do TCP que apoia a associação com milicianos, que rendeu ao a esse 'consórcio', segundo a polícia, a conquista de várias comunidades que antes eram controlados pela facção rival Comando Vermelho (CV). A União se estende à Zona Oeste do Rio. Em São Gonçalo, foi montado um 'plano piloto' em parte do Jóquei, a partir de uma articulação montada entre 'Grisalho', 'Coronel' e o líder do Complexo da Alma, no Coelho, identificado apenas como Pai. O plano consistiu em 'alugar' parte do Jóquei para milicianos que atuam na Favela da Carobinha, também na "Zona Oeste' do Rio, como forma não apenas de proteger o território, mas também evitar o domínio territorial do CV.
No ano passado, a região do Jóquei, segundo investigações da polícia, havia sido conquistada por Thomas Jayson Vieira Gomes, o 3N, ex-líder do Salgueiro, que mudou de facção em abril de 2019, e rompeu com o CV, após assassinar Schumaker Antonácio do Rosário, o Piloto, do Jardim Catarina e mais quatro colaboradores, em Itaóca. Após as mortes, Thomas Jayson passou a se intitular 3N e tentou implantar, não apenas em São Gonçalo, mas também Niterói e Itaboraí, o plano de expansão do TCP, na região, com apoio de Grisalho e Pai, até ser morto, no dia 26 de novembro do ano passado, com cinco principais colaboradores, em um sítio em Cabuçu, Itaboraí, durante ação conjunta das Policias Civil e Militar.
Grisalho, que não estava no local no dia da operação, passou a ser o único remanescente da cúpula chefiada por 3N, e no início do ano, foi para o Muquiço, se tornando o 'braço direito de Coronel. Ele, segundo a polícia, foi líder do tráfico do 'CV" no Vila 3 e Jardim Miriambi, até abril do ano passado e também acompanhou '3N' na mudança de facção. As constantes ações da polícia em ações de repressão à criminalidade, as seguidas investidas dos traficantes do CV acabaram por desarticular a milícia que agia no Jóquei. O sequestro e morte de um suposto membro do Terceiro Comando Puro, oriundo do Complexo da Alma, na região do Jóquei, na madrugada do último sábado (3), pode indicar que os criminosos do CV voltaram a se fortalecer na região e tentam monopolizar as ações contra o TCP.
Mão de ferro - Relatórios de setores de inteligência da Polícia Civil tem informações sobre o plano de expansão financeira colocado em prática no Muquiço, que além de difundir a prática clandestina do uso de TV a cabo, também consiste na cobrança de até R$ 35 mil para a entrada de equipes operacionais de qualquer empresa que queira realizar serviços no local - obras públicas reparos em sistemas coletivos. Para controlar a rede paralela de TV a Cabo, os criminosos teriam conseguido, no 'submundo' do crime apoio de pessoas que trabalham ou trabalharam em instalação de sinais. "Para quem tem conhecimento técnico', não é difícil conseguir equipamentos e estrutura para fazer 'gatos de TV fechada'", afirmou um experiente policial que já fez investigações sobre a difusão da 'gatonet'.
No ano passado, Coronel mandou destruir uma ponte que servia como ponto de acesso de ir e vir dos moradores para tentar proteger seu reduto de ações policiais. Sem a passagem, as pessoas são obrigadas a se arriscar, andando por cima da tubulação de água que fica ao lado da ponte destruída, sobre um valão. No mês passado, equipes da PM conseguiram libertar do Muquiço uma mulher que provavelmente seria executada por ter se rebelado contra os traficantes do Muquiço pelo fato de um dos criminosos ter estuprado uma de suas filhas. Revoltada, a moradora cobrou providências e ameaçou fazer denunciar, o que a levou a ser submetida ao 'tribunal do tráfico'. Os criminosos já estavam aguardando ordem de Grisalho para executá-la, mas a polícia conseguiu chegar ao local onde a vítima era mantida em cativeiro e providenciaram a saída de toda a família do local.
Segundo informações checadas à polícia, os criminosos do Muquiço estariam preparando, para o próximo fim de semana, uma grande festa para celebrar os 39 anos de Coronel, cuja data de nascimento é em 11 de novembro. Quem tiver qualquer informação a respeito da localização de Grisalho e Coronel, deve informar pelos seguintes canais: WhatsApp ou Telegram do Portal dos Procurados (21) 98849-6099; Central de Atendimento do Disque Denúncia (21) 2253-1177; através do Facebook/(inbox), endereço: https://pt-br.facebook.com/procurados.org/ ; e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ. Visite também o Instagram oficial do Portal dos Procurados - portal.procurados-.