Flordelis convoca fiéis para "levantar clamor" mas não aparece para orar junto com as ovelhas
Na última terça-feira, a pastora divulgou um áudio para os membros de sua igreja
min de leitura | Escrito por Redação | 28 de agosto de 2020 - 09:38
Depois de mandar áudio para suas ovelhas pedindo que todos comparecessem ao culto na última terça-feira (25), um dia após ser acusada de matar seu marido - e presidente do Ministério Flordelis - Anderson do Carmo, a igreja, chamada também de Cidade do Fogo, no Mutondo, em São Gonçalo, segue com a agenda de cultos normalmente e abriu suas portas na noite desta quinta-feira. Contudo, a pastora não apareceu para dar nenhum tipo de explicação aos fiéis, ou nem mesmo orar com eles, como ela pediu no áudio divulgado no início da semana.
O culto, regido por outro pastor, também foi transmitido ao vivo na página do ministério, como é feito normalmente. A única diferença dessa semana foram os comentários, que ficaram divididos entre apoio e acusação.
"Essa igreja ainda está de porta aberta? Isso não é casa de Deus, é casa de uma assassina", dizia um comentário. Em outro, a internauta dizia que "Uma pessoa que abre um ministério com o próprio nome já está pecando faz tempo e ninguém percebia". Mas também existia quem defendesse não só a abertura da igreja, mas também a pastora. "Estou orando por você e pela sua família, minha querida. A luta é grande", "o dono da igreja é Deus. As pessoas de bem tem que seguir e não deixar a igreja cair. Tudo será resolvido e explicado", escreveu uma fiel.
No final da palavra, o pastor informou que ele foi congregar na igreja por meio de uma revelação, e se Deus quiser que ele saia de lá, Deus vai mostrar. Mas que ali todos estão vivendo da promessa de Deus e que a agenda de cultos será mantida.
No último dia 13, Flordelis divulgou um vídeo informando que no dia 27 (ontem) seria retomado o culto denominado como 'Quinta do Milagre'.
Investigação
Após a prisão de seis filhos e uma neta de Flordelis, além da acusação de que ela foi a mandante do assassinato do marido, a polícia informou que uma nova etapa da investigação foi iniciada e que outros quatro suspeitos estão sendo investigados. Entre os novos nomes aparece uma funcionária de Flordelis e um pastor de seus ministérios.
Áudio
Na última terça-feira, a pastora divulgou um áudio para os membros de sua igreja.
"A paz do Senhor, pessoal. Hoje eu quero todo mundo no culto, tá bom? Hoje em Piratininga o culto permanece. Nos vamos levantar um clamor pelo Pastor Carlos. Pastor Gerson da sede vai estar aí presente, pastor André Rosa também. Enfim, vamos lá gente! É hora de unidade, é hora da igreja unir forças e clamar, tá bom? Nada é permanente. Tudo vai passar. Já já tudo vai ser esclarecido, vocês vão acompanhar aí, tá bom? Todos os esclarecimentos. Pastor Carlos não tem nada a ver com nada, tá bom? É mais uma covardia, é mais um teatro desse povo. Mas nós vamos vencer essa batalha na oração. Ninguém dê respostas nas redes sociais. Não vamos brigar, tá bom? Essa briga não é nossa. Essa briga é de Deus", disse a cantora gospel.
Carlos, citado no áudio, é filho de Flordelis e também foi preso na última segunda-feira (24).
Embora ela assuma que tudo não passe de covardia e de teatro, a Polícia Civil informa que não há dúvidas quanto as acusações e as participações no crime.
Vale lembrar que, segundo a polícia, antes de executar o pastor Carlos, alguns dos acusados já teriam envenenado a vítima por, pelo menos, seis vezes. Mas, as doses nunca foram suficientes para levar o pastor a morte.
Escandalizar o nome de Deus
Segundo a polícia, Flordelis disse ao filho que não poderia se separar do pastor Anderson para não ir contra a palavra de Deus. "Fazer o que? Separar eu não posso, pois vai escandalizar o nome de Deus". Porém, parece que para a pastora matar o marido não iria contra a palavra de Deus.
Outra questão que também foi passada para a polícia, em depoimentos, é que a pastora, que prega a palavra de Cristo para milhares de fiéis, frequentava uma casa de swing e, segundo um de seus filhos, ela teve relação sexual com ele e oferecia as filhas adotivas para pastores como forma de agradecimento.
Ela chegou a ser apontada como o elo que levava a familia para as orgias e festas. Após essa revelação alguns fiéis já começaram a deixar de frequentar a igreja, mas outros, apesar de todos os indícios apresentados pela polícia, seguem afirmando que a pastora é inocente. O culto de ontem já teve mais de cinco mil visualizações na página do ministério.