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Jovem que disputava campeonato de futsal é morto durante operação da PM

Rapaz foi atingido por quatro tiros de fuzil nas costas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de agosto de 2020 - 19:04
A imagem da camisa que o jovem usava foi divulgada nas redes sociais
A imagem da camisa que o jovem usava foi divulgada nas redes sociais -

Caio Gabriel Vieira da Silva, de 20 anos, foi morto durante operação de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, na noite do último sábado (15), quando participava de um campeonato de futsal na quadra da comunidade. Macacos, em Vila Isabel.

De acordo com testemunhas, que filmaram a ação, os policiais estavam de toucas ninjas, e dispararam tiros de fuzis, além de lançarem bombas contra os moradores.

Segundo familiares de Caio Gabriel, ele foi atingido por quatro tiros de fuzil nas costas. Famíliares também divulgaram uma foto da camisa que o jovem usava no momento de sua morte. O uniforme do time que ele defendia na disputa do torneio, estava encharcado de sangue.

As investigações apontam que cerca de 300 pessoas acompanhavam o campeonato na quadra, quando os policiais chegaram para checar denúncia de aglomerações, o que está proibido por conta da pandemia de coronavírus. A alegação dos moradores é de que os PMs utilizaram de força bruta, arremessando bombas de efeito moral para dispersar os participantes do evento.

Nos vídeos feitos divulgados em redes sociais, é possível ver muitos jovens correndo e os PMs jogando bombas de efeito moral contra quem estava na rua próximo à quadra.

Stellinha Moraes, fundadora da ONG Anjos da Stellinha, postou um vídeo, que mostra policiais atirando. Em entrevista ao jornal O DIA, ele disse que os policiais teriam iniciado a operação logo após o fim do torneio.

"Famílias inteiras estavam presentes. O torneio é um acontecimento da comunidade. No meio da madrugada, a polícia começou um confronto. Isso só partiu deles. Começaram a jogar bombas de efeito moral, tiros para dentro da quadra, com muitas crianças e adolescentes",  contou.

Em nota, a Polícia Militar informou que "equipes da UPP/Macaco reforçaram o patrulhamento na Rua Armando de Albuquerque, Morro dos Macacos, na madrugada deste sábado (15/8), após receberem denúncia de que possivelmente haveria um ataque à base principal da Unidade. Por volta das 3h, a unidade foi atacada por disparos de arma de fogo, vindo de diversos pontos simultâneos da localidade e houve revide. Ao cessar o confronto, foram encontrados dois homens caídos ao solo, um de vulgo 'Cascão', e um outro de vulgo 'Jacaré', ambos foram socorridos ao Hospital Federal do Andaraí, mas não resistiram aos ferimentos. Com eles foram apreendidas uma pistola calibre 9mm marca Glock, um rádio transmissor, dez frascos de loló, cinco sacolés de maconha, 112 pinos de cocaína e R$ 32,00 em espécie. Vale ressaltar que ambos eram monitorados pelo Núcleo de Inteligência da UPP/Macacos. Ocorrência encaminhada para a 20°DP".

Vale lembrar que, desde o último dia 4, são proibidas operações policiais nas comunidades do Rio pelo durante a pandemia do coronavírus. A medida foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que confirmou que só podem existir operações nesses locais em casos excepcionais, e que estes devem ser justificados imediatamente por autoridade competente ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Nesses casos, inclusive, a medida afirma que os agentes devem sempre utilizar cuidados especiais, prestar serviços públicos sanitários para as pessoas e sempre estarem acompanhados de ambulância para qualquer necessidade.

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