Após prisão de casal miliciano, polícia 'mira' em ex-PM e traficantes em Itaboraí

As prisões de Carlos Eduardo Cirino Santana, o Edu Negão de 48, e Rosane Moreira da Conceição Silva, a Tia Rose, de 43, na última quarta-feira (22), no Rio, devem ajudar a polícia a desvendar o 'quebra-cabeças' que virou a disputa, por grupos paramilitares, pelo controle da criminalidade em bairros de Itaboraí, como noticiou O SÃO GONÇALO na série especial 'Tráfico e Milícia: uma nova firma', divulgada no fim do último mês de abril. A Série mostrou que mesmo após a morte de Thomas Jayson Viera Gomes, o 3N, em novembro do ano passado, após seis meses de uma sangrenta disputa pelas quadrilhas de traficantes rivais na região, os criminosos voltaram a se organizar para tentar monopolizar áreas, não apenas em Itaboraí, mas também em São Gonçalo e Niterói. Um ex-PM, outros milicianos e traficantes estão 'na mira' da polícia.     

Em Itaboraí, A polícia já sabe que Edu Negão e Tia Rose tentavam se reorganizar para manter as atividades criminosas nos bairros do Centro, Nancilância e Visconde, onde se organizou uma das maiores quadrilhas de milicianos, com apoio de maus policiais militares, para expulsar traficantes do Comando Vermelho' (CV) e montar um autêntico 'império', com a cobrança de 'taxas de seguranças' de moradores, comerciantes, mototaxistas, além da exploração de canais clandestinos de TV a Cabo, conhecidos popularmente como 'Gatonet'.  A atividade rendia até R$ 500 mil por mês. O grupo de milicianos foi responsável por pelo menos 50 homicídios na região, a partir de 2018, segundo amplas investigações realizadas pelo Ministério Público do Estado, em parceria com a Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG). 

As investigações culminaram com a identificação e prisão de pelo menos 40 pessoas a serviço dos milicianos, liderados por 'Orlando Oliveira de  Araújo, o Orlando de Curicica, que mesmo preso, segundo as investigações policiais, ainda tem o controle de grupos paramilitares na Zona Oeste do Rio. Com a ação das autoridades, o comando da  milícia 'rachou'. Do grupo leal a Curicica, ainda está em liberdade o ex-policial militar Alexandre Louback Geminiani, o Playboy, que segundo investigações, estaria tentando reorganizar a milícia , com remanescentes.  Esse grupo sofre concorrência de um dissidente; Renato Nascimento Santos, o Renatinho Problema ou Natan, preso em 2018, que se associou ao traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) para tentar monopolizar o controle no Centro, Nancilândia Visconde.

Líderes do TCP na Zona Oeste do Rio ainda tentam apoiar os traficantes de drogas da facção em Itaboraí, como uma forma também de fazer frente ao CV, que com a disputa, conseguiu manter atividades em Manilha, Morada do Sol e no Complexo da Reta.   Segundo investigações da polícia, Renatinho recebeu apoio de Álvaro Malaquias Santas Rosa, o Peixão, da Cidade Alta, no Rio, que estaria 'investindo' em Itaboraí, com armas, munição e drogas para fortalecer o Terceiro Comando.     

Proteção - fato de Edu Negão e Tia Rose terem sido presos no recreio dos Bandeirantes, área dominada por milicianos ligados a Curicica, reforça a tese de que eles estavam  sob tutela de grupos paramilitares. As prisões foram realizadas na última quarta-feira (22) por equipes da Draco, sob o comando do delegado Wiliam Pena Jr. Os Os acusados foram denunciados através do Disque Denúncia. 

Quem tiver qualquer informação a respeito do localização foragido da Justiça,  deve denunciar pelos seguintes canais: pelo Mesa de Atendimento do Disque-Denúncia (21) 2253-1177, pelo Whatsapp ou Telegram Portal dos Procurados (21) 98849-6099; pelo facebook/(inbox), endereço: https://www.facebook.com/procurados.org/. O Anonimato é garantido.