Com operações policiais proibidas, Jardim Catarina terá baile do crime de quinta a domingo
Baile tira o sossego da população
Som alto, drogas à vontade, sexo na rua, fuzis, pistolas e radinhos. Cenário comum em bailes de comunidade, que sempre se opõe a realidade de muitos moradores da região, que só queriam passar a noite tranquila para trabalhar na manhã seguinte. Nada novo, se não fosse a localização. A Rua Padre Vieira, com Rua 50, no Jardim Catarina parece ser o novo palco para as festas do crime na cidade. Enquanto a polícia segue proibida de realizar operações em comunidades, os traficantes coagem moradores e comerciantes, e prometem 'festa', de quinta a domingo.
O primeiro baile começou nesta madrugada. A meia noite, precisamente. Em poucos minutos a rua lotou e, até a manhã desta sexta-feira, essa parte do Jardim Catarina seguiu como uma cidade sem lei.
A preparação para o baile começou cedo, como em qualquer evento. 'Gatos de luz' foram feitos nos postes, ruas fechadas por barricadas e o 'salão' ficou pronto a espera dos convidados.
Enquanto alguns gonçalenses ainda se preocupam com a Pandemia do novo coronavírus, quem frequenta esse tipo de festa parece estar imune a doença. Rua lotada, pessoas aglomeradas e uma realidade que parece não pertencer a realidade.
Com medo, os moradores do local preferiram não comentar o ocorrido, mas quem apenas passa pela região foi surpreendido e desabafou.
"Passo aqui algumas vezes por semana. Hoje, já era quase oito da manhã e ainda tinha muita gente na rua. Tenho pena de quem mora na região", falou um representante de vendas.
Procurado para comentar o caso, o comandante do 7° Batalhão (São Gonçalo) tenente coronel Gilmar Tramontini da Silva, disse que não tinha nada a declarar.
Vale lembrar que o Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) manteve a liminar que proíbe a ação de policiais em comunidades durante esse período de Pandemia. Porém, a mesma liminar garante a entrada em caso de "hipóteses absolutamente excepcionais".