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Inquérito da Polícia Civil aponta que Ághata, de 8 anos, foi morta pela PM

No documento consta que houve um “erro de execução”

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de novembro de 2019 - 09:34
Ágatha morreu com um tiro nas costas, após um dia de passeio com a mãe
Ágatha morreu com um tiro nas costas, após um dia de passeio com a mãe -

De acordo com o inquérito da Polícia Civil sobre o caso de Ágatha Vitória Sales Félix, de oito anos, o disparo que, há dois meses, provocou a morte da estudante partiu da arma de um cabo da Polícia Militar. No documento consta que houve um “erro de execução”. Segundo os agentes, os tiros disparados no Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, não era para atingir a criança, mas dar um “tiro de advertência” para forçar a parada de dois suspeitos que estavam em uma motocicleta.

O PM, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha, efetuou o disparo após os dois homens fugirem de uma blitz na comunidade. Testemunhas que depuseram no inquérito abordaram que o policial estava tenso devido à morte de um amigo há três dias e, por isso, pode ter confundido o alvo.

Um relatório do Instituto de Criminalística Carlos Éboli , entregue à Delegacia de Homicídios da capital (DH), apontou que um fragmento de projétil encontrado no corpo de Ágatha tinha ranhuras idênticas à da arma usada pelo PM. O laudo aponta que o tiro que matou a menina partiu de estilhaços, após a bala atingir primeiramente um poste. Ágatha chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento do Complexo, de onde foi transferida para a emergência do Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu.

O delegado Daniel Rosa, titular da DH, não quis comentar o caso, nesta segunda-feira (18). Ele alegou que nesta terça-feira (19) a Polícia Civil apresentará o resultado completo de toda a investigação.

Mais de 20 pessoas foram ouvidas durante as investigações. Entre elas, os pais de Ágatha, o motorista da Kombi na qual ela estava com a mãe, no momento em que foi atingida, outras testemunhas e PMs.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora também investiga o caso, mas ainda não informou quais os resultados das investigações. A Polícia Civil também não afirmou por qual crime o cabo da PM vai responder.

Família em busca de respostas

Vanessa Francisco Sales, de 32, mãe da menina, compareceu à DH, no último dia 5, para saber sobre o andamento das investigações, mas foi impedida. Segundo um advogado da família, os agentes alegaram que o caso estava sendo conduzido sob segredo de Justiça. Na época, o procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego, chegou a criticar a postura dos investigadores do caso.

Ághata faz parte das seis crianças que já foram mortas por bala perdida neste ano.

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