Execuções de síndicos em São Gonçalo podem estar ligadas a 'racha' político
Duas vítimas foram mortas a tiros no Coelho
Por Alan Emiliano e Sérgio Soares
A execução de dois síndicos do conjunto habitacional 'Minha Casa, Minha Vida, no Coelho, em São Gonçalo, em julho do ano passado, aos poucos, deixa de ser um mistério e vai ganhando conotações até então impensáveis em termos de autoria. Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) investigam se as mortes foram cometidas a mando de traficantes de drogas da região, mas em outra linha de investigação, há indícios da participação de dirigentes de grupos políticos no crime.
De acordo com a PM, as vítimas haviam acabado de sair de uma reunião entre políticos no Coelho, por volta das 21h30, e estavam em um veículo branco, modelo EcoSport, quando foram surpreendidos por ocupantes de um carro prata, modelo Sandero, que perseguiram o automóvel das vítimas e realizaram diversos disparos, que atingiram os três ocupantes na Rua Alberto Coelho. Uma das vítimas veio a óbito no local. Já os outros dois foram socorridos e levados para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, sendo que o primeiro não resistiu aos ferimentos e faleceu na unidade de saúde.
De acordo com testemunhas do crime, os ocupantes do veículo teriam dito os seguintes dizeres após atirarem contra o veículo da vítima, o que leva a crer que os autores dos disparos sejam integrantes do tráfico de drogas do Jóquei. "Respeita a boca de fumo, respeita a boca de fumo", disse um dos ocupantes do veículo, encapuzado.
Agentes da Divisão de Homicídios ainda buscam informações sobre o mandante desses crimes. Não está descartada a hipótese de crime político, já que os assassinos podem ter feito os dizeres para confundir a investigação da Polícia Civil. Existe a possibilidade de as vítimas terem sido atacadas por terem optado por apoiar outro grupos político, o que poderia ter desagradado os antigos aliados. As investigações estão em andamento através de um inquérito policial.