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Milícia cobra taxa em condomínio de militares na Praça Seca, no Rio de Janeiro

Os moradores, em grande parte militares da reserva, estão tendo que pagar 30 reais por mês para os criminosos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 17 de agosto de 2019 - 12:00
Os criminosos excluíram da cobrança as famílias que tenham algum parente com problemas mentais ou deficiência física e idosos acamados
Os criminosos excluíram da cobrança as famílias que tenham algum parente com problemas mentais ou deficiência física e idosos acamados -

Um condomínio criado para militares, o Comunidade Residencial Aeronáutica, na Praça Seca, em Jacarepaguá, no Rio, está sofrendo com a ação de milicianos. Os moradores dos 656 apartamentos, em grande parte militares da reserva, estão tendo que pagar R$ 30 por mês para os criminosos.

O condomínio, na Rua Barão, foi inaugurado em 1972. Na época, era um investimento de uma cooperativa de aeroviários e militares da Aeronáutica num bairro, até então, bucólico e de classe média. Durante anos, o conjunto foi administrado por integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB). Mas assistiu a seu entorno favelizar e à região entrar no mapa da violência do Rio. Antes da milícia, o tráfico no Morro da Barão, localizado ao lado do conjunto, também já causou problemas. Saiu um grupo criminoso, entrou outro. E a paz não voltou mais.

Segundo as vítimas, os criminosos excluíram da cobrança as residências de famílias que tenham algum parente com problemas mentais ou deficiência física, idosos acamados e, neste caso específico, os próprios militares da Aeronáutica, que pouco puderam fazer pelos vizinhos.

Na quarta-feira (14), três jovens praticavam as extorsões, segundo descreveram os moradores. O comportamento dos milicianos chamou atenção porque pareciam nervosos, diferentemente de um grupo de homens que, há cerca de três meses, também esteve no condomínio oferecendo serviços de segurança.

Após denúncias, policiais do 18ºBPM (Jacarepaguá) estiveram no condomínio, mas os criminosos não foram encontrados. Segundo policiais civis, não houve denúncias à delegacia local, a 28ªDP (Campinho), sobre a presença de milicianos no condomínio da Aeronáutica. Mas um agente ressaltou que toda a região de Jacarepaguá e adjacências está tomada pela milícia.

Segundo ele, os principais milicianos que atuam na região são conhecidos pelos apelidos de Macaquinho, Lelé e Playboy, esses dois últimos irmãos.

Em abril, após um novo tiroteio interromper o serviço do BRT por horas na região e de denúncias apontarem que os paramilitares usavam uma espécie de boleto para cobrar taxas de segurança de moradores, o governador Wilson Witzel anunciou a intenção de ocupar algumas comunidades do bairro. Na época, porém, ele não deu detalhes e nem estipulou prazo para a retomada. Witzel chama  janeiro “terroristas” os milicianos e os traficantes que disputam o controle da região.

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