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Dono de padaria é preso acusado de lavar dinheiro do tráfico no Jardim Catarina

Homem foi flagrado em escutas telefônicas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de junho de 2019 - 09:11
A operação foi batizada de ‘Fórmula 1’ porque envolvia investigação sobre o ex-chefe do tráfico de drogas no Jardim Catarina, Schumaker do Rosário, morto em abril
A operação foi batizada de ‘Fórmula 1’ porque envolvia investigação sobre o ex-chefe do tráfico de drogas no Jardim Catarina, Schumaker do Rosário, morto em abril -

Por Thuany Dossares

O comerciante Robson Luiz Peçanha Lopes foi preso, na manhã desta terça-feira (11), no Jardim Catarina, em São Gonçalo, por policiais da 73ª DP (Neves), acusado de ser um dos responsáveis por lavar o dinheiro das comunidades gonçalenses que tem o tráfico controlado pelo Comando Vermelho (CV). Dono de três padarias naquele bairro e acima de qualquer suspeita, Robson foi flagrado em escutas telefônicas da ‘Operação Fórmula 1’ conversando com lideranças criminosas sobre a movimentação dos lucros da venda de drogas da facção.

As investigações começaram há um ano e dois meses, quando os agentes da delegacia monitoravam o tráfico de drogas do Morro do Martins, na Venda da Cruz, e da Coruja, em Neves, e os roubos cometidos pelos criminosos dessas comunidades. No entanto, durante a apuração, foi descoberto que o Jardim Catarina era responsável por fornecer os entorpecentes comercializados no Martins, na Coruja e em outras favelas da região.

A ação tinha como principal alvo o ex-chefe do tráfico do Jardim Catarina Schumaker Antonácio do Rosário, o Piloto ou F1, que foi morto por seus ex-comparsas em 25 de abril, e por isso foi batizada de ‘Fórmula 1’. Outras doze pessoas que foram identificadas como integrantes do Comando Vermelho também tiveram a prisão preventiva decretada pela justiça.

A polícia monitorava Schumaker através de escutas telefônicas autorizadas pela justiça e foi dessa maneira que chegou até o comerciante. Numa ligação, Robson Luiz foi flagrado se oferecendo para movimentar o dinheiro proveniente dos lucros da venda de drogas das favelas do Jardim Catarina.

Segundo a distrital, a lavagem de dinheiro, que começou apenas em um bairro, se expandiu para outras comunidades do Comando Vermelho. Nas interceptações, o dono das padarias também conversava sobre a movimentação de dinheiro do Morro do Feijão, no Paraíso, com o chefe do tráfico da comunidade, Hilário Gabriel dos Santos Rangel, o Biel do Feijão - preso no início de abril por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Ainda de acordo com a delegacia, depois que se associou ao tráfico, Robson passou a levar uma vida de luxo e ostentação que não era compatível com suas atividades legais. Mesmo morando na favela da Ipuca, no Jardim Catarina, o comerciante tinha uma casa de alto padrão carro de luxo.

Outros presos na operação - A Operação Fórmula 1 começou nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (11) no Complexo do Salgueiro e no Jardim Catarina, e contou com o apoio de agentes de todas as delegacias do 4º Departamento de Polícia de Área (DPA), além de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A ação tinha o objetivo de cumprir 13 mandados de prisão preventiva.

Além de Robson Luiz, outro investigado capturado foi Diogo Ferreira dos Santos. Quatro mandados de prisão foram cumpridos no sistema penitenciário contra Hilário Gabriel dos Santos Rangel, o Biel do Feijão, Gabriel de Oliveira Castilho, Robson Lopes Ferreira Nascimento Vilete e Wagner Diniz Ramos.

Na ação, os agentes ainda capturaram, em flagrante de contrabando, Amanda Barbosa dos Santos. Ela era funcionária de uma das padarias de Robson Luiz e estava vendendo cigarros paraguaios que não tem a liberação da ANVISA para serem comercializados. Segundo a polícia, Amanda confessou ter ciência da procedência da mercadoria. O comerciante também foi autuado em flagrante pelo mesmo crime.

Um homem identificado como Francisco Fábio Augusto Floriano também acabou preso em cumprimento de mandado de prisão, mesmo não sendo um dos alvos da operação.

Dos investigados, ainda encontram-se foragidos Diogo Henrique da Silva Cardoso, Diego da Silva Almeida, Cristiane Ferreira, Valterson Ferreira da Silva Calmeirão, José Henrique Monteiro do Nascimento e Madalena Pereira da Silva.

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