Colegas de farda apontam erros que levaram PM preso a se matar

O corpo do 2º sargento PM Luiz Cláudio de Araújo Pereira, de 46 anos, que se suicidou após descobrir que era um dos alvos da Operação Purificação, foi sepultado, na tarde de ontem, no Cemitério São Gonçalo, no bairro Camarão, em São Gonçalo.

Lotado no 7ºBPM (São Gonçalo), Araújo era investigado por suspeita de integrar um grupo de 14 PMs que teriam desviado mais de 11 toneladas de carne e frios de uma carga de frigorífico roubada em maio desse ano, na favela da Lodial, no Boa Vista, durante uma operação do batalhão de São Gonçalo. Toda a carga estava avaliada em cerca de R$ 88 mil.

A morte do sargento levanta vários questionamentos sobre as condutas dos agentes públicos durante a execução das prisões.

De acordo com informações, o sargento atentou contra a própria vida ao saber que seria preso, e cometeu suicídio no interior da unidade. Colegas de farda criticaram a forma como foi realizada a prisão. Para eles, causou estranheza que o sargento estava de serviço, e apesar da operação ter começado ainda de madrugada, ele não teria sido informado que deveria regressar ao batalhão.

Colegas de farda também criticaram porque os responsáveis pela ordem de prisão deixaram que o sargento continuasse armado, já que em casos como esse após anunciado a ordem de prisão a pistola é recolhida.

O SÃO GONÇALO fez esses questionamentos ao comando da Polícia Militar, mas nenhuma das perguntas foi respondida e a PM enviou apenas nota de pesar pela morte, o que já havia feito no dia anterior. A Polícia Civil também foi procurada e não respondeu até o fechamento desta edição.

Doze dos PMs que eram alvos da operação já foram presos. Apenas o soldado Luiz Rafael Guedes Neves ainda encontra-se foragido.