Funk 'Proibidão' é promovido pelo tráfico e está na 'mira' da polícia

Por: Thuany Dossares 

A cidade de São Gonçalo tem cerca de 100 comunidades e, a maioria delas têm a presença do tráfico de drogas. Para aumentar os lucros com a venda de entorpecentes, uma das estratégias dos criminosos é promover bailes clandestinos de funk, conhecidos como ‘proibidões’. Na edição de ontem, O SÃO GONÇALO mostrou que um desses eventos é o ‘Baile do BQ’, na favela do Buraco Quente, na Trindade. Para atrair mais público, os organizadores têm feito até concursos com premiação em dinheiro. O comandante do 7ºBPM (São Gonçalo), tenente coronel André Henrique, garante que esse tipo de evento está sendo monitorado pelo batalhão.

De acordo com o comandante, policiais do Serviço de Inteligência (P-2) da unidade, já fizeram um levantamento do calendário desses bailes, que costumam ser realizados a partir de quinta-feira e terminam no domingo, em várias comunidades da cidade. Conforme as investigações, só nesta semana, no período entre 6 e 8 de dezembro, devem ser realizados cerca de 40 eventos patrocinados pelo tráfico.

“Toda favela quer ter o seu próprio baile para gerar mais lucro com o comércio de entorpecentes, mas nem todos são com grandes estruturas. A maioria são festas menores, com uma caixa de som no último volume ou som de carro potente, em que as pessoas começam a se aglomerar. Quando os traficantes detectam a chegada da polícia, desmontam a estrutura rapidamente, aí ficam só os moradores na rua mesmo. Mas claro que existem também os grandes bailes, com tendas e muitas equipes de som”, esclareceu o comandante.

Os ‘proibidões’ mais famosos na região são o ‘BQlândia’, na favela do Buraco Quente, na Trindade; o Anailândia, no Anaia; o do Brad Pitt, no Brejal, Jardim Bom Retiro; o do MD, no Menino de Deus, Centro do B13, no Jardim Catarina, além dos realizados nas comunidades do Escadão, no Centro; do Abacatão, no Boa Vista; do Morro do Feijão, no Paraíso; da Coruja, em Neves, e os que acontecem no Complexo do Salgueiro.

Além de atrações musicais, os traficantes ainda oferecem para o público bebidas alcoólicas, a um preço muito inferior em comparação com bares e baladas legalizadas. Muitas dessas bebidas são provenientes de cargas roubadas.