Parceiro de 'Léozinho Niterói' mata prostituta para tentar ficar preso no Paraguai
Mulher levou 16 facadas e entrou em unidade prisional em horário fora de visita
min de leitura | Escrito por Redação | 18 de novembro de 2018 - 18:15
O governo paraguaio trocou a cúpula da polícia nacional após reunião com representantes da Justiça daquele país, na manhã deste domingo (18). O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, foi quem fez o comunicado, através das redes sociais. A medida foi tomada após o traficante brasileiro Marcelo Fernandes Pinheiro da Veiga, o 'Marcelo Piloto', ter assassinado, a facadas, uma jovem que o visitava no presídio, dentro de uma cela na capital Assunção, no sábado (17).
'Marcelo Piloto' é do Rio de Janeiro e um dos homens de confiança de Luiz Fernando da Costa, o 'Fernandinho Beira Mar',e Leomar de Oliveira Barbosa, o 'Leozinho Niterói', que segundo a Polícia Federal brasileira, são os principais líderes do 'Comando Vermelho' (CV) na distribuição de drogas vindas do Paraguai e Colômbia para o Brasil.
Leozinho é oriundo da Vila Ipiranga, no Fonseca, em Niterói, onde começou no tráfico no final da década de 90. Já Marcelo Piloto, que seria seu sócio no tráfico, é citado em inquéritos sobre a venda de drogas no Rio de Janeiro e São Gonçalo. Dos três, Leomar é o único que está foragido. E Beira Mar cumpre pena em um presídio federal no Brasil.
O assassinato de Lídia Burgos, de 18 anos, aconteceu no último sábado, quando ela visitava 'Marcelo Piloto'. O que causou estranheza nas autoridades paraguaias foi o fato de não ser dia e nem hora de visitas na ocasião. As investigações paraguaias apontam que Marcelo Piloto teria cometido o crime para dificultar sua extradição para o Brasil, já que sua presença no país, mesmo encarcerado, garantiria articulações para a organização do tráfico e importantes lucros para o 'CV'.
Por enquanto, ele permanece isolado em uma cela e sem receber visitas. Para encontrar com 'Piloto', Lidia Meza Burgos, de 18 anos, entrou no presídio fora do protocolo, de acordo com o Ministério Público paraguaio. A vítima, que era prostituta, se encontrava pela segunda vez com traficante e ficou apenas 40 minutos na cela, conforme a investigação. Ela levou cerca de 16 facadas de Marcelo.
Extradição - De acordo com a decisão que determinou a extradição de Marcelo, ele só poderia ser entregue às autoridades brasileiras depois da conclusão de dois processos abertos no país vizinho: um por homicídio e outro por produção de documentos falsos e violação da Lei de Armas - este último julgado nesta sexta-feira (16).
Na audiência, Piloto manifestou recusa à juiza e ao promotor do caso, segundo o MP paraguaio, na tentativa de prolongar a burocracia e adiar sua extradição.
Outro crime - Nesta semana, a sócia do advogado de Marcelo Piloto, Laura Casuso, foi executada em Pedro Juan Caballero. Ela defendia outro narcotraficante brasileiro, Jarvis Pavão, e chegou a atuar em processos de Piloto, em parceria com Jorge Prieto, segundo o promotor do MP Paraguaio.