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PM procura atropelador que matou jovem em São Gonçalo

Rapaz foi atravessar a rua quando foi surpreendido por um motoqueiro

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 10 de novembro de 2018 - 08:27
Familiares e amigos de Lucas estão revoltados e querem justiça para o atropelamento em SG
Familiares e amigos de Lucas estão revoltados e querem justiça para o atropelamento em SG -

Por Thuany Dossares

Há dois anos, os pais de Lucas Chaves Sampaio Gomes, carinhosamente chamado de ‘Batutas’, de 20 anos, sofreram com a angústia de ver o filho entre a vida e a morte, após o rapaz cair dos Arcos da Lapa, no Rio. O que eles não esperavam é que depois de ver o filho recuperado, saudável e vivendo sua juventude, eles passariam pela dor do luto, após o filho morrer atropelado, no último dia 28, no Camarão, em São Gonçalo.

O autor do fato fugiu sem prestar socorro à vítima, que trabalhava como atendente na padaria dos pais, no bairro Paiva. Familiares e amigos de Lucas agora pedem por justiça.

‘Batutas’ estava num posto de combustíveis com um grupo de amigos e já se preparava para ir embora, às 5h30. Quando foi atravessar a rua para embarcar num carro de aplicativo, ele acabou sendo surpreendido por um motoqueiro que vinha empinando uma Yamaha Teneré e o atropelou, fazendo com que o motor do veículo batesse na cabeça de Lucas. Toda a cena foi flagrada por câmeras de segurança de estabelecimentos.


Segundo a mãe do rapaz, a comerciante Nubia Chaves Sampaio Gomes, amigos de ‘Batutas’ suspeitam que o piloto seja um militar do Exército, também morador de São Gonçalo.


“Eu não vi o vídeo direito, achei que teria coragem, mas não consegui. As pessoas que assistiram disseram que o motoqueiro aparece muito de repente, que quando meu filho foi atravessar, ele chegou a olhar para o lado para ver se estava vindo carro. Se ele não tivesse empinando, era capaz dele ter visto o meu filho e ter desviado, ou mesmo que chegasse a atropelar ele, a moto não pegaria em cheio na cabeça dele”, narrou Nubia.

‘Batutas’ chegou a ser socorrido pelos Bombeiros para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), mas não resistiu e faleceu na noite daquele mesmo domingo. Para Nubia, a perda de seu caçula de três filhos é irreparável, mas o mínimo que ela pede é que o atropelador pague pelo que fez.

“Estar empinando moto já é uma imprudência, uma irresponsabilidade. Esse garoto ainda por cima atropelou meu filho e sequer o ajudou. Eu quero só justiça, não desejo o mal, mas só eu sei o que estou sentindo, a dor que sinto. Ele tirou uma parte de mim. Sei que meu filho não volta mais, mas não aceito a impunidade. O Natal está chegando, minha família estará destruída. Se o motoqueiro não for responsabilizado, daqui a pouco isso cai no esquecimento, ele vai estar curtindo de novo, empinando mais moto e até podendo fazer outra vítima”, desabafou. O caso foi registrado na 74ªDP (Alcântara) mas está sendo transferido para a delegacia da área do fato, a 73ªDP (Neves). A distrital que investigará o caso, explicou que o registro ainda está em tramite, mas que assim que chegar, os agentes tomarão todas as medidas cabíveis para esclarecê-lo.

Juventude perdida - O apelido ‘Batutas’ surgiu ainda quando criança, por causa do filme “Os Batutinhas”, e Lucas o adotou para a vida. Tímido dentro de casa, com os amigos, o jovem era pura alegria.

“Ele sempre era muito alegre e fazia todo mundo que estava ao redor dele feliz, era fácil de colocar um sorriso no rosto dos outros. Ele nunca foi de briga, discussão, nada disso, era sempre tranquilo e brincalhão. Não tinha quem não gostasse dele, todo mundo quando conhecia ele, logo gostava”, descreveu o amigo Pedro Henrique Pontes, de 18 anos.

Através de vídeos gravados por amigos, os pais de Lucas puderam ver o quanto o filho era descontraído. Para Nubia, esses registros são o que confortam um pouco o coração dela e do marido.

“Ficamos assistindo, vendo o sorriso dele em momentos felizes e o quanto ele gerava alegria por onde passava, o quanto ele era querido. Isso é o que me conforta, é o que faz a gente sentir ele um pouquinho mais perto”, disse a mãe.


 Para homenagear o filho, a comerciante fez uma tatuagem com o apelido “Batutas” entre asas. “Ele agora virou um anjo”, finalizou.

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