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Milícias de São Gonçalo e Maricá têm organização semelhante a de traficantes

Crimes rendem R$ 100 mil por mês

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de outubro de 2018 - 07:13
Atividades dos criminosos inclui tortura
Atividades dos criminosos inclui tortura -

O pão nosso de cada dia, quem diria, fica muito mais caro quando cobrado de forma ilegal, por quem, a título de vender clandestinamente, os serviços de segurança, explora a população com outras atividades para obter lucros. 

É o que mostra a denúncia do Ministério Público contra os grupos milicianos que agem em diferentes bairros de São Gonçalo, e Maricá. A atuação desse 'poder paralelo', descoberto a partir de um minucioso trabalho de investigação da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNIG), renderia até 100 mil mensalmente aos acusados, com práticas iguais às utilizadas por traficantes, como a exigência de taxas de mototaxistas, de responsáveis por obras públicas e até pela utilização das regiões para campanhas eleitorais.    

No município de São Gonçalo, a denúncia mostra a identificação de 24 pessoas atuando em três milícias  nos bairros do Porto Velho, Porto Novo, Engenho Pequeno, em São Gonçalo. Já em Maricá, a atividade se estende às regiões de Itaipuaçu e Inoã. O que chama a atenção dos responsáveis pelas investigações é a organização e a divisão de tarefas de cada grupo, que tem a preocupação de ganhar dinheiro até com as atividades básicas da população. 

Ao mesmo tempo em que os milicianos se propõem a prestar segurança aos comerciantes, eles se transformam também em 'concorrentes' da categoria, oferecendo cestas básicas e botijões de gás. A preocupação de ganhar dinheiro com o entretenimento das famílias também é explícita entre os grupo, através da instalação clandestina de TV a cabo. A instalação de cada 'sinal' da 'robauto' custaria em tornos de R$ 30 mensais.

A atividade de agiotagem também é outro recurso dos integrantes do grupo para ganhar dinheiro do povo. E a exemplo dos traficantes, os milicianos em atuação nas duas cidades têm preocupação com a segurança, através do uso de armas 'frias' e de veículos roubados. O estabelecimento da hierarquia, com funções de 'chefes', 'cobradores' e executores', também é uma das características dos milicianos, segundo as investigações. 

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