Acusado de estuprar a filha é preso em São Gonçalo
Além de abusar da menina, homem mantinha jovem em cárcere privado
Por Thuany Dossares
Um pedreiro, de 36 anos, foi preso, por policiais da 75ªDP (Rio do Ouro), na tarde de quarta-feira, no Engenho do Roçado, em São Gonçalo, acusado de estuprar a própria filha de 14 anos. Além de abusar sexualmente da menina, ele ainda a mantinha em cárcere privado, proibindo-a até de ir para a escola. Na delegacia, o acusado confessou os crimes, que aconteciam onde eles moravam, na Estrada do Meia Noite, no Anaia Grande.
De acordo com as investigações, os abusos começaram há um ano, quando o pedreiro passou a acariciar as partes íntimas da filha. Ele teria dito que estava apaixonado pela adolescente e, por isso, provocou, há três meses, o término de seu casamento de oito anos.
“Ele passou a ser agressivo e a rejeitar a esposa, fazendo com que ela se separasse dele e saísse de casa. A mulher se dava muito bem com a menina, nunca foi conivente. Pelo contrário, ela até passou a desconfiar, porque o marido só queria dormir na mesma cama da filha. Mas como a menina tinha medo do pai, não contava nada para ela”, explicou um investigador.
O estupro consumado aconteceu no dia do aniversário do acusado, em 14 de fevereiro deste ano. Em depoimento, a adolescente, que era virgem, contou que estava dormindo quando o pai a agarrou por trás e tirou a sua roupa. Depois desse dia, os abusos passaram a ocorrer constantemente.
Segundo os policiais, a menina contou que nas primeiras vezes tremia muito e que isso parecia gerar mais prazer ao pedreiro, e por isso, ela passou a não se demonstrar mais amedrontada, na tentativa de as violências serem mais rápidas.
“Era visível que ela tem muito medo dele. Só conseguiu contar tudo o que passou depois que teve a certeza que ele estava preso e já havia confessado o crime. Foi um depoimento difícil e comovente, ela chorava, tinha medo de falar. Conseguimos os relatos dela com a ajuda da madrasta e da conselheira tutelar”, disse o policial.
Além de estuprar a filha, o criminoso também a proibia de sair de casa, até mesmo para ir à escola. De acordo com a apuração da 75ªDP, o pedreiro tinha um ciúme doentio por ela, deixando até de trabalhar. Ele teria começado a fazer apenas serviços próximos de casa para poder vigiar a vítima constantemente e só saia de casa se ela o acompanhasse.
A adolescente foi morar com o pai há quatro anos, após a mãe dizer que não tinha condições financeiras de sustentá-la. Desde então, elas mantiveram pouco contato e até a tarde de ontem, a mãe não tinha sido encontrada.
A menina está recebendo apoio do Conselho Tutelar e está num abrigo da cidade. No entanto, a madrasta da vítima, quer ficar com a guarda.