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Schumaker pagava R$44 mil por semana a PMs do 7º BPM

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de julho de 2017 - 08:00
Nélio Almeida, investigado na operação, entregou-se ontem na DH
Nélio Almeida, investigado na operação, entregou-se ontem na DH -

R$ 44 mil por semana. É quanto o traficante Schumaker Antonácio do Rosário, um dos mais procurados de São Gonçalo, pagava a grupo de policiais militares do 7BPM (São Gonçalo) presos na Operação Calabar na última quinta-feira. Um dos líderes do Comando Vermelho (CV) na região, Schumaker comanda o tráfico no Jardim Catarina e é acusado de participar da morte do soldado PM David Lopes Athanásio, em 2014.

De acordo com as investigações da Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNISG), o dinheiro era entregue semanalmente para policiais que trabalhavam nos Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPOs) do Jardim Catarina e Santa Luzia, além de integrantes de um dos Grupos de Ações Táticas (GATs) do batalhão.

O responsável por recolher a propina de Schumaker para os PMs contou aos investigadores da DH que falava diretamente com o traficante por telefone e recebia o dinheiro das mãos de moradores enviados pelos criminosos.

Preso - Um dos investigados na Operação Calabar, Nélio Almeida Santos Júnior, de 33 anos, se entregou, na manhã de ontem, na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). Ele é apontado como “recolhedor” do dinheiro pago pelos bandidos.

O acusado, que já havia agendado sua prisão, chegou à sede da polícia por volta das 11h deste domingo. Segundo as investigações, Nélio auxiliava Daniel Soares e Renato Tardin, ambos presos, no recolhimento do “arrego” que era pago pelos traficantes.

De acordo com o inquérito, após o recolhimento do dinheiro, Nélio passava todo o valor para o GAT Caveira, que era liderado pelo sargento Luiz Cláudio, o “Luiz Fofoca”. A partir do recebimento pelo PM, era feita a divisão entre os demais policiais envolvidos e então se realizava o pagamento de uma porcentagem para o “recolhedor”. Com a propina em mãos dos corruptos, as incursões nas comunidades eram minimizadas ou até nem realizadas.

Segundo informações de um dos delegados responsáveis pelas investigações da Operação Calabar, Marcus Amim, da DHNSG, não existia diferenciação entre as áreas de atuação dos recolhedores.

Nélio faz parte de uma lista de cinco nomes que faziam o recolhimento do pagamento da propina. Além dele, estão presos Daniel Soares e Renato Tardin, o “Amarelo”. Estes dois foram capturados em abril deste ano, em posse de mais de R$ 10 mil em espécie. Os outros dois homens, Carlos Eduardo Batista de Souza, o “Edu Pica”, e Michel Monteiro de Oliveira, o “Michel Gago” permanecem foragidos.

Até o momento, foram presos 109 investigados da Operação Calabar, sendo 86 PMs e 23 traficantes, de um total de 172 mandados de prisão expedidos pela Justiça.

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