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Tráfico cria ‘leis de trânsito’ e pune os motoristas a tiros

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de junho de 2017 - 10:00
Na entrada da Palha Seca, em Tribobó, motoristas são obrigados a ligar alerta e apagar faróis
Na entrada da Palha Seca, em Tribobó, motoristas são obrigados a ligar alerta e apagar faróis -

Por Thiago Soares

As ‘leis de trânsito’ criadas por traficantes em comunidades de São Gonçalo - como acender luz interna de veículos, ligar pisca alerta e apagar faróis - fizeram duas vítimas no município em menos de um mês. Na madrugada de ontem, um homem, de 40 anos, foi baleado quando chegava em sua casa, no Boaçu. Há duas semanas, outro caso ocorreu na Favela da linha, no Rio do Ouro.

O caso aconteceu por volta das 18h, quando a vítima, que estava de carro acompanhada da namorada, passava pela Rua General Canrobert. Mesmo com o alerta do veículo ligado, ele foi atingido no braço por um disparo efetuado por traficantes. A companheira do rapaz, mesmo assustada, conseguiu assumir a direção do automóvel e seguiu para o Pronto Socorro de São Gonçalo (PSSG).

Este, no entanto, não foi primeiro caso de morador de comunidade baleado por conta das regras impostas pelos criminosos. Há cerca de duas semanas, um homem, de 42 anos, também foi ferido quando chegava em sua residência, na Favela da Linha, em Rio do Ouro. A vítima acabou atingida por um tiro de raspão no ombro.

As ‘regras de conduta’ impostas pelos traficantes são usadas para diferenciar a chegada de moradores com a da polícia ou bandidos rivais. Na manhã de ontem, OSG flagrou uma pichação feita por bandidos da Comunidade Palha Seca, em Tribobó, que orientam os motoristas a seguirem tais determinações ao acessarem a Rua Pastor Martin Luther King.

Os ‘avisos’ aos moradores não se restringem à comunidade de Tribobó. Bandidos da Chumbada, Jardim Catarina e Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e do Complexo do Caramujo, em Niterói se utilizam do mesmo recurso. Quem desrespeita as regras, mesmo que seja por desconhecimento, acaba virando alvo de tiros, como aconteceu com um casal de idosos, em 2015, no Caramujo. Guiados por um GPS, eles entraram no conjunto de favelas sem seguir as imposições e acabaram fuzilados. Na ação, uma mulher foi morta.

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