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BR-101: casos de violência aumentaram quase 700 %

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de junho de 2017 - 09:00
Rodovia que corta São Gonçalo registrou 58 diferentes tipos de crimes no primeiro semestre desse ano, enquanto o efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) teve um redução de mais de 50%
Rodovia que corta São Gonçalo registrou 58 diferentes tipos de crimes no primeiro semestre desse ano, enquanto o efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) teve um redução de mais de 50% -

Por Thiago Soares

A Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), que liga os municípios de Niterói, São Gonçalo, e Itaboraí, se tornou a ‘rodovia do medo’. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelaram que, nos primeiros seis meses desse ano, foram registrados 58 casos de violência na estrada (entre roubos de carros e de cargas, além de até tráfico de drogas), somente no trecho de São Gonçalo.

No mesmo período de 2016, foram apenas sete ocorrências na estrada, o que configura um aumento de quase 700% no número de casos. Cercada por comunidade controladas pelo tráfico de drogas, entre elas o Complexo do Salgueiro e o Jardim Catarina, a rodovia vem sofrendo com o crescente ataques de criminosos, principalmente entre os quilômetros 303 (Guaxindiba) e 318 (Neves).

Na contramão do avanço da violência, a PRF, responsável pelo patrulhamento em rodoviais federais, teve seu efetivo reduzido em 50%. Uma equipe de OSG percorreu a BR-101, da Avenida do Contorno até Manilha, em Itaboraí, e não encontrou nenhuma viatura da PRF.

“Atualmente, eu tenho 50% do contingente que eu tinha há seis anos atrás. E dos que tenho, aproximadamente 30% têm idade de aposentadoria até o fim de 2018. Esse é um grande problema que afeta muito na nossa força de patrulhamento”, explicou Leandro Guimarães, chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF.

Além da redução do efetivo, a PRF perdeu também na parte financeira. Sem as verbas provenientes das concessionárias que administram a Ponte Rio-Niterói e a própria BR-101, o número de viaturas também caiu.

“Eram verbas de aparelhamento que eram usadas na manutenção de viaturas, compra de munições, entre outras coisas. Agora, só temos os recursos da União. A tendência, no futuro, é ficarmos sem condições de rodar pela pista”, lamentou Leandro.

A falta de condições de trabalho para os agentes provocou um verdadeiro ‘boom’ nas ocorrências de roubos de cargas na via. “De janeiro a abril neste ano já temos 48 roubos de carga. No mesmo período de 2015, foram apenas 8, e em 2016, 15 registros. É realmente uma disparada muito grande”, revelou.

Para evitar casos semelhantes ao do profissional de manutenção Manoel Aparecido dos Santos, de 39 anos - morto há uma semana após reagir a um assalto na rodovia -, Leandro orientou para que a população não reaja.

“A melhor recomendação é não reagir e não furar bloqueios de criminosos. É importante tomar cuidado com aplicativos de GPS e não entrar em retornos que não conhece. Se algo acontecer, entregue o bem e procure a nossa unidade”, orientou.

Mesmo sem responsabilidade de ação na BR-101, o 7ºBPM (São Gonçalo) também tenta ajudar no patrulhamento da rodovia. Segundo o comandante da unidade, coronel Ruy França, existem cinco pontos críticos na estrada que merecem e estão tendo atenção especial.

“Estamos em contato direto com a PRF. O patrulhamento na via é de responsabilidade deles, mas também tentamos contribuir. Entre o shopping e a saída de Guaxindiba, existem cinco pontos críticos, onde os criminosos preferem atuar”, explicou.

Uma das formas de atuação do 7ºBPM é o patrulhamento nos acessos em feriados e finais de semana, sempre nos pontos cruciais verificados na mancha criminal. “Para prevenir e evitar roubos e arrastões, ocupamos diversas saídas da BR, inclusive usando o caveirão. Principalmente nas saídas do Mutuá, Nova Cidade, Neves, Boavista e Guaxindiba”, explicou.

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