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‘Guerra do tráfico’ tem novo capítulo em São Gonçalo

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de janeiro de 2017 - 07:00

Por Marcela Freitas

A briga pelo controle dos pontos de vendas de drogas nos morros da Bandeira e Galão, nos bairros Porto Velho e Barro Vermelho, respectivamente, tem transformado as duas comunidades em verdadeiras “praças de guerras”. A disputa já fez pelo menos duas vítimas fatais em menos de duas semanas. Assustados, moradores relatam que são reféns dos traficantes, que usam fuzis, pistolas, metralhadoras e até granadas.

Segundo a polícia, o conflito estaria sendo promovido pelo herdeiro de um ex-policial militar, que seria responsável pelo tráfico nas comunidades da Rua da Feira, Pereirinha e Coreia, em São Gonçalo. Ligado à facção Amigos dos Amigos (ADA), ele estaria tentando tomar as bocas de fumo controladas pelo Comando Vermelho (CV). Na noite da última segunda-feira, a guerra do tráfico teve mais um capítulo. Os tiros foram ouvidos por pessoas que passavam pela Rua Doutor Alberto Torres, principal via do Porto Velho. Muitos motoristas pararam o veículo e aguardaram o cessar fogo para seguir com segurança. Passageiros de ônibus se jogaram no chão do coletivo para se protegerem dos disparos.

Moradora do local há mais de 30 anos, uma dona de casa, que preferiu o anonimato, contou ter vivido os piores momentos de sua vida. “Ouvíamos tiros de grosso calibre e explosões, provavelmente provocadas por granadas. Tive muito medo e deitei no chão da minha sala para tentar me proteger. Ultimamente, temos convivido com esses ataques, mas o que aconteceu na noite de segunda-feira lembrava mais uma guerra. Estamos com medo”, disse a moradora.

Ainda segundo ela, a região era tranquila. “Antigamente, nesses dias mais quentes, as crianças ficavam brincando na rua até o anoitecer. Hoje em dia isso é impossível. As pessoas evitam sair à noite. Estamos reféns dos criminosos”, disse a mulher, que mora em um dos acessos à comunidade.

“Só escutamos falar sobre isso ultimamente. Estamos reféns desses marginais que estragaram essa região que era pacata”, emendou outro morador. Agentes da 73ªDP (Neves) investigam as ações criminosas na região.

Recordando - No dia 29 de dezembro de 2016, os mototaxistas Rafael Coutinho Goulart, de 25 anos, e Weverton Jardim Porto Coutinho, o Tom, 21, foram mortos quando passavam pela Travessa Areal, no Morro do Galão. Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) estão investigando se as mortes, ocorridas em um dos acessos à comunidade, têm relação com a guerra pelo controle de venda de drogas no Morro do Galão.

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