‘Vamos aumentar a presença de PMs nas ruas de São Gonçalo’

Por Daniela Scaffo
O tenente-coronel Ruy França assumiu, ontem, o comando do 7ºBPM (São Gonçalo) no lugar do coronel Samir Vaz, que ficou à frente da unidade durante 10 meses. França afirmou que vai aumentar a presença ostensiva da polícia nas ruas com o apoio de unidades especiais da PM, como o Bope. O objetivo, segundo ele, é diminuir a curto prazo os roubos de rua e combater o tráfico de drogas.
OSG - O senhor comandou o 35ºBPM (Itaboraí) e agora está assumindo uma área com a população maior. Quais são os principais desafios nesse atual comando?
França - Já mandei minhas equipes antecipadamente para conhecer os indicadores que a gente sabe que não estão bons. Planejamos para amanhã algumas ações para tentar aumentar a presença ostensiva das nossas equipes na rua. Estamos contando com apoio, já a partir de amanhã, de algumas unidades especiais que vão trabalhar na região, como o Bope e o Batalhão de Choque.
OSG - Pretende fazer alguma ação integrada com as unidades dos municípios vizinhos?
França - Conversei hoje com o coronel Márcio Rocha (do 12ºBPM) e com o Marcelo do Carmo (do 35ºBPM) para adotarmos algumas medidas compartilhadas nas três unidades. Marcamos de nos reunir para colocarmos essas ações em prática em breve.
OSG - São Gonçalo registra média de 35 assaltos por dia. Qual o caminho para diminuir a incidência desse tipo de crime?
França - A partir de amanhã já estaremos entrando com um pacote de medidas para aumentar a ostensividade das nossas equipes nas ruas, com o apoio que a gente vai receber. Creio que os resultados vão aparecer em curto prazo.
OSG - Outra reivindicação recorrente da população é sobre as barricadas instaladas por traficantes nas vias de diversos bairros, principalmente no Jardim Catarina. De que forma a PM pode atuar para desobstruir as vias?
França - Combate ao tráfico é uma outra meta estipulada. Nós estamos pensando muito através da experiência que adotamos em outros lugares para fazermos isso de maneira planejada e organizada.Vamos trabalhar colhendo o maior número de informações que nós tivermos sobre os líderes do tráfico, que não são poucos, para que a gente possa capturá-los. É necessário, também, um trabalho integrado com a Polícia Civil e outros órgãos públicos.
OSG - Como otimizar o efetivo policial do batalhão de São Gonçalo, que vem sendo reduzido nos últimos anos, para dar uma melhor sensação de segurança à população?
França - Contamos com 870 policiais atualmente no 7ºBPM. O cenário não é muito bom, pois temos inúmeras deficiências internas que precisamos corrigir e naturalmente minha equipe já vai iniciar os trabalhos no sentido de recuperar o maior número de policiais possíveis para podermos colocar esses homens na rua. A gente está precisando do elemento motivacional, pois temos que ter sensibilidade suficiente para que, mesmo nas dificuldades, possamos manter nosso trabalho de proteger a sociedade.
OSG - Durante sua passagem por Cabo Frio, moradores chegaram a fazer uma manifestação para impedir que o senhor deixasse o batalhão da região. O mesmo ocorreu em Itaboraí. Qual sua expectativa sobre São Gonçalo? Que tipo de relação você pretende manter com a população?
França - É fundamental que a gente estabeleça uma integração com a população. Gosto de me aproximar o máximo possível da sociedade civil organizada para que conheça também nossas dificuldades e limitações. Eu sou muito transparente e gosto de me comunicar. Vou estabelecer uma comunicação eficaz onde a população possa, também, nos ajudar. Inúmeras ferramentas de comunicação que podem auxiliar o nosso trabalho serão implementadas, como o próprio Facebook, WhatsApp e o Disque-Denúncia.