Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,8215 | Euro R$ 6,3588
Search

‘Tribunal do tráfico’ condena três por morte de aposentado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de agosto de 2016 - 11:00
Preso por PMs, Cotchó reconheceu os comparsas Cabelinho, Whisky e Chapadão como os autores do assassinato do idoso em Niterói
Preso por PMs, Cotchó reconheceu os comparsas Cabelinho, Whisky e Chapadão como os autores do assassinato do idoso em Niterói -

Por Thuany Dossares e Marcela Freitas

Menos de 24 horas após o aposentado Joel Gomes Vieira, de 69 anos, ser assassinado a tiros ao tentar defender o filho de um assalto em Niterói, três suspeitos de envolvimento no crime foram encontrados mortos dentro de um táxi roubado, às margens da BR-101, na altura do Barreto. Outro acusado de participação na morte do idoso foi preso por policiais do 12ºBPM (Niterói) e reconheceu os comparsas.

Policiais do Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) Caramujo e Engenhoca contaram que foram até a Rua Vereador José Vicente, num dos acessos ao Morro dos Marítimos, para verificar denúncia que informava a localização de um homem suspeito ter participado do roubo de carro, na Rua Santo Onofre, na Riodades, que terminou com a morte de Joel, na manhã quinta-feira.

No endereço, eles surpreenderam Marcos Leandro Oliveira Conceição, 36, o Cotchó, numa casa. No interior do imóvel, os militares apreenderam 61 pinos de cocaína, 55 trouxinhas de maconha e balança de precisão. Ainda foi encontrada a chave do Hyundai HB 20, que pertencia ao bancário Fábio Vieira, de 36 anos, filho do aposentado. Logo após a prisão, os corpos de Rodolfo Pereira da Silva, 18, o Chapadão, Yuri de Almeida Costa, 19, o Cabelinho, e Wallace Coimbra Muniz, o Whisky, 20, foram encontrados às margens da BR-101, dentro do táxi, LSN-2826, roubado na madrugada de ontem na área da 78ªDP (Fonseca).

Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) foram até o local, próximo ao viaduto da Avenida do Contorno, para realizar perícia técnica. De acordo com as investigações, Cabelinho, Whisky e Chapadão eram oriundos da Favela da Otto e teriam sido executados pelos traficantes da localidade, em represália ao assassinato do aposentado.

Os três ainda foram reconhecidos por Cotchó, que vai responder por homicídio. “O crime ainda não foi totalmente elucidado, mas tanto o preso quanto os mortos são suspeitos. Já temos uma direção a ser traçada, mas a investigação continua”, explicou o delegado Marcus Vinícius Amim.

Joel foi morto a tiros ao tentar proteger o filho de um assalto, no Fonseca, Zona Norte de Niterói, na manhã de quinta-feira. O crime ocorreu na Rua Santo Onofre, na Riodades, por volta das 7h10, quando o gerente de banco Fábio Vieira, 36, chegava para tomar café da manhã na casa dos pais, como fazia diariamente.

Fábio cumprimentava um vizinho no portão, no momento em que foi surpreendido por homens armados que estavam no Renault Duster preto, HCR-4822, roubado na semana passada na mesma rua. Ele conseguiu entrar em casa, mas um dos criminosos o seguiu. O idoso, que estava na cozinha preparando a mesa para o café, percebeu a movimentação e não hesitou em tentar salvar o filho. Joel entrou em luta corporal com o suspeito, conseguindo desarmá-lo. No entanto, ao ver o comparsa no chão, o outro criminoso, que estava no carro, entrou na residência e atirou duas vezes contra o aposentado.

Último adeus marcado pela indignação

Cerca de 100 pessoas, entre amigos e familiares, estiverem no Cemitério Confraria Nossa Senhora da Conceição, no Barreto, em Niterói, para dar o último adeus a Joel, na tarde de ontem.

neta do idoso, que pediu para não ser identificada, lembrou o quanto o seu avô gostava da família. “Ele era a melhor pessoa que já conheci. Não era capaz de fazer mal a uma barata. Apesar da minha religião, não consigo aceitar a partida dele. Fiquei sabendo que os culpados pela morte dele foram presos e mortos, mas nada disso vai trazê-lo de volta”, afirmou.

Ainda segundo a neta, que vive também na Rua Santo Onofre, na Riodades, no Fonseca, onde aconteceu o crime, a violência no bairro aumentou muito. 

“Acho que temos que parar de pensar em Olimpíadas e discutir os problemas que estão afligindo a população. Esses criminosos, não respeitam nem mais templos religiosos. No Centro que frequento ouço sempre relatos de roubos. Perderam o respeito a tudo”, encerrou a jovem, indignada.

Matérias Relacionadas