1º BPM de São Gonçalo completa 12 dias com apreensão de 6 fuzis, 22 prisões e reforço histórico na segurança pública
Confira entrevista completa com o tenente-coronel Monteiro, que está à frente da unidade

A criação do 1º Batalhão da Polícia Militar de São Gonçalo marcou uma nova etapa na organização da segurança pública no município, que passa a contar, pela primeira vez, com duas unidades operacionais atuando de forma independente na cidade. À frente do novo batalhão está o tenente-coronel Carlos Eduardo da Silveira Monteiro, policial com quase 25 anos de corporação e trajetória marcada pela atuação em unidades estratégicas e especializadas da PM.
Com apenas 12 dias de funcionamento, o 1º Batalhão de Polícia Militar de São Gonçalo apresenta bons resultados. Desde a inauguração da unidade, em 9 de dezembro, foram apreendidos seis fuzis, realizadas 22 prisões e retiradas de circulação diversas pistolas durante ações policiais na área de atuação do novo batalhão.
Monteiro construiu sua trajetória em unidades operacionais e especializadas da corporação. Iniciou como aspirante em 2003, passou pelo 35º BPM (Itaboraí) e pelo 12º BPM (Niterói), pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), de 2008 até 2015 e depois voltou como sub-comandante do Bope, além de funções estratégicas em batalhões da Região Metropolitana e no Comando de Operações Especiais (COE).

Em agosto deste ano, recebeu a missão de estruturar e inaugurar o 1º BPM de São Gonçalo. “Foi um grande desafio, porque na verdade não é só inaugurar, é você preparar o batalhão”, afirmou. Segundo o comandante, todo o processo exigiu a criação da unidade do zero, desde a estrutura administrativa até a logística operacional. "A gente teve que criar a sessão de pessoal, a parte de planejamento, a logística da unidade, a relação pública, tudo isso foi criado do zero".
A área de atuação do 1º BPM compreende as regiões atendidas pelas delegacias 72ª DP (Mutuá), e 73ª DP (Neves). O batalhão conta com um efetivo de 415 policiais e mais de 50 viaturas distribuídas exclusivamente para a nova área, somando reforço ao policiamento que já vinha sendo realizado no município. De acordo com o comandante, esse efetivo não foi apenas remanejado de outras unidades. “Não foi dividido o 7º Batalhão. Houve aumento de efetivo, recebemos viaturas novas, armamentos novos e policiais recém-formados. A cidade teve um ganho.”

A divisão do território em duas áreas de comando, com dois batalhões atuando no mesmo município, tem como objetivo principal reduzir o tempo de resposta às ocorrências e ampliar a presença policial nas ruas. “Agora o município de São Gonçalo conta com dois comandantes atuando na área. Consequentemente, são dois batalhões tomando conta das suas áreas no mesmo município. A ideia é que a efetividade seja muito maior”, explica Monteiro.
Apesar de ser independente, o 1º BPM pode atuar de forma integrada com o 7º BPM e com o 12º BPM, de Niterói, além de contar com apoio de unidades especializadas. Atualmente, uma grande operação conjunta está em andamento na cidade, com suporte do Comando de Operações Especiais, por meio do Batalhão de Choque, do Batalhão de Ações com Cães e do Comando de Polícia Especializada, incluindo o Recom. “Essa operação está acontecendo tanto na área do primeiro quanto do sétimo batalhão, com apoio direto da Secretaria de Estado de Polícia Militar”, afirma.

O comandante destaca que a divisão territorial não significa isolamento entre as unidades. Pelo contrário. A proposta é ampliar a cooperação e eliminar limites artificiais dentro da cidade. “A gente não pode ver a cidade com linhas, mas com ações. Com mais homens, mais operações conjuntas e mais presença.”
Além do policiamento ostensivo e das ações de repressão, o 1º BPM também pretende investir na aproximação com a população. A unidade deve implementar, a partir de janeiro, o Conselho Comunitário de Segurança, com participação de associações de moradores e lideranças locais. “Essa aproximação é extremamente importante para estreitar o vínculo com a população, que tanto precisa do nosso trabalho e do nosso apoio”, afirma Monteiro.

A própria estrutura física do batalhão reflete essa proposta de integração. Diferente de outras unidades, o prédio não possui muros altos nem isolamento do entorno urbano, estando inserido em uma área residencial. Para o comandante, essa proximidade é estratégica.
Mesmo ainda em fase inicial, o comandante avalia que os primeiros resultados indicam que a estratégia está no caminho certo. “É o início, mas já temos resultados. Estamos trabalhando todos os dias, com o mesmo padrão de cobrança e dedicação. A cidade de São Gonçalo merece isso.”