Corpos encontrados próximo à casa de suspeito em Itaboraí podem ser de casal desaparecido
Acusado está foragido

Dois corpos foram encontrados no Muriqui, em Itaboraí, na tarde desta terça-feira (18), nas proximidades da casa de Adelmo da Silva dos Santos, conhecido como “Delminho Mecânico”, suspeito principal do duplo homicídio de Fernanda Siqueira, de 26 anos, e Lenon Siqueira, de 35 - casal que estava desaparecido após troca de veículos em Tanguá.
Os corpos, ainda não identificados, foram encontrados esquartejados, em local de difícil acesso, a 400 metros da residência onde Adelmo mora com os pais, local que teria sido o ponto de encontro para a negociação de um veículo entre ele e o casal. Foi necessário uso de uma retroescavadeira para a remoção dos corpos.
O delegado afirmou, ainda, que a investigação já indica autoria: segundo a polícia, Adelmo teria cometido o duplo homicídio por desavenças comerciais. Já houve pedido e concessão de prisão temporária. O acusado e seus pais fugiram do local.


Desde domingo, a família das vítimas tem feito apelos públicos por ajuda para localizar os corpos. “É difícil aceitar… A gente viu ele admitir o que fez. Ele estava algemado, levado para a delegacia e mesmo assim deixou o lugar como se nada tivesse acontecido. É uma revolta que não cabe no peito”, desabafou um parente, extremamente abalado.
Familiares relatam que, em um primeiro momento, o homem foi algemado e levado para a delegacia, confirmar a confissão do crime, mas foi liberado após a chegada de um advogado. Logo depois, deixou a região e não foi mais encontrado.
Familiares e a polícia chegaram juntos por volta das 8h desta terça à propriedade em Itaboraí. Todo o local permanece isolado e equipes seguem dando apoio às famílias e às investigações.

O Disque Denúncia pede que qualquer pessoa com informações sobre o paradeiro de Adelmo ou sobre locais suspeitos, denuncie por telefone, whatsapp ou aplicativo, com garantia de anonimato para quem denunciar via telefone, WhatsApp ou aplicativo.
Relembre o caso
O pai de Fernanda registrou o desaparecimento do casal na manhã de domingo. Segundo relatou, por volta das 9h30, Lenon avisou que sairia com a esposa para “desfazer a troca” realizada há cerca de seis meses: seu VW Golf havia sido trocado por uma moto Honda preta, placa KRB-7105, mas o outro envolvido no acordo não havia quitado o valor combinado.
A família acreditava que Fernanda e Lenon iriam até Tanguá para resolver a situação. Logo depois, ambos pararam de responder às mensagens, e seus celulares passaram a ficar desligados.
Em busca de respostas, o irmão de Lenon procurou Delminho Mecânico, que teria intermediado a negociação e estava com o Golf. Ele afirmou que Lenon esteve em sua oficina “por volta do meio-dia”, mas disse que já havia vendido o veículo para um agiota. As contradições no relato fizeram com que ele se tornasse o principal alvo das investigações.
Segundo familiares, o casal não tinha desavenças conhecidas e levava uma vida tranquila no bairro Cajueiro.
Muito abalado, um familiar descreveu a dor vivida após a confirmação das mortes:
“A família está destruída. Foi por besteira, não dá para definir a dor, não dá para descrever o porquê isso aconteceu". Ele também ressaltou que Fernanda e Lenon eram trabalhadores e estavam construindo o futuro juntos:
“Os dois eram trabalhadores, tinham acabado de comprar uma casa. Eles venderam o carro na intenção de ajudar a pagar", lamentou.