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Tráfico planejava matar juíza que prendeu ‘chefão do pó’

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de maio de 2016 - 21:21
Imagem ilustrativa da imagem Tráfico planejava matar juíza que prendeu ‘chefão do pó’

Por Thuany Dossares

Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, descobriram um plano de traficantes do Comando Vermelho (CV) para executar uma juíza criminal de Niterói.

Na manhã de ontem, os agentes desencadearam uma operação para desarticular a quadrilha, liderada pelo traficante Luiz Carlos Gomes Jardim, o Luiz Queimado, que controla a venda de drogas em cerca de 30 comunidades de Niterói e São Gonçalo. Na ação, que tinha como objetivo cumprir 21 mandados de prisão e outros 40 de busca e apreensão, 12 pessoas acabaram presas e carros de luxo, jet-skis, motos, máquinas caça-níqueis e dinheiro foram apreendidos.

De acordo com as investigações, o atentado contra a magistrada começou a ser planejado após ela decretar a prisão de Luiz Queimado, que estava em liberdade condicional devido a um câncer. Durante uma interceptação telefônica, autorizada pela Justiça, um dos advogados do chefão do tráfico fala que a juíza está querendo “tomar um tiro de fuzil”.

“Ela quer tomar um tiro de fuzil no meio da cara, é isso que ela está querendo, é isso que ela está pedindo. Essa mulher é maluca. Se fosse comigo lá eu ia subir no pescoço dela e ia sair ou eu ou ela morta daquele gabinete”, esbraveja Anderson Sá de Oliveira em conversa com Aline Silva de Oliveira, mulher do traficante. Ambos foram presos.

“Essa quadrilha cometeu um atentado contra o judiciário e contra a democracia. Eles são extremamente perigosos e audaciosos”, declarou o delegado Fábio Barucke, diretor da DH.

Ainda segundo as investigações, na tentativa de ocultar a real procedência do dinheiro adquirido com venda de drogas, familiares de Luiz Queimado abriram estabelecimentos comerciais em São Gonçalo, como o Mercado Marinheiro, Minimercado Opção do Galo Branco e Bazar Central do Pita, além de autopeças, que eram usados para lavar o dinheiro do tráfico.

“É uma família que vive do dinheiro do tráfico de drogas. Eles faziam empresas laranjas, lavavam dinheiro, se beneficiavam dos valores que eram arrecadados pelo tráfico para comprar bens e viver de forma luxuosa. Eles conseguiram enriquecer de forma ilícita, crescendo muito mais do que qualquer empresa legalizada”, disse o delegado. Um dos filhos do chefão do tráfico, Leonardo Dias Jardim, o Léo, conseguiu escapar momentos antes da chegada da polícia a um condomínio de classe média, em Alcântara. “Eles são verdadeiros barões do tráfico, os exploradores, os que se beneficiam dessa atividade. Um dos nossos principais alvos é o Léo, que escapou por muito pouco”, esclareceu Barucke

Foram presos na ação: Anderson Sá de Oliveira, Hugo Tavares Lopes, Jaime Azevedo de Carvalho, Jefferson Oliveira da Silva, Luiz Paulo da Silva Jardim, Márcio de Jesus Vilaça, Monique de Paiva Araújo, Nick Dan Sangy Rodrigues, Thiago da Silva Borges Marinho, além do filho de Luiz Queimado, Maycon Cardoso Jardim.

Dois mandados de prisão foram cumpridos dentro da cadeia, contra Luiz Queimado, e Fábio Guilherme Macedo, o Binho. Nove pessoas ainda estão foragidas.

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