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Médico é procurado pela polícia após acusação de estupro

Já foram identificados oito casos em que o médico proctologista Paulo Augusto Berchielli, de 63 anos, é acusado de abusar de pacientes

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 28 de outubro de 2023 - 09:56
Paulo Augusto Berchelli atendia em uma clínica, em São Paulo
Paulo Augusto Berchelli atendia em uma clínica, em São Paulo -

Um inquérito policial e um depoimento obtido pelo Metrópoles indicam que o médico proctologista Paulo Augusto Berchelli, de 63 anos, acusado de estuprar pelo menos seis mulheres em sua clínica em São Paulo, teria cometido abusos sexuais contra suas pacientes por mais de duas décadas. O médico teve sua prisão decretada pela Justiça e estava foragido até a noite da última sexta-feira (27).

O mais antigo dos crimes atribuídos a Berchelli, conforme relatado pela própria vítima, ocorreu há 25 anos, envolvendo uma mulher que hoje tem 41 anos. Também há um caso registrado em boletim de ocorrência há dez anos por uma auxiliar de serviços gerais, o qual foi arquivado a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) devido à "insuficiência de provas".


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O registro profissional do médico segue ativo no Cremesp
O registro profissional do médico segue ativo no Cremesp |  Foto: Reprodução

Uma das vítimas descreveu, em depoimento à Polícia Civil, que em fevereiro de 2013, ela foi à clínica de Berchielli para obter resultados de exames relacionados ao tratamento de hemorroidas. Durante a consulta, o médico teria pedido que ela se despir completamente, o que a deixou desconfortável, e posteriormente sugeriu tocar suas partes íntimas, insistindo que não causaria desconforto. Ele insistiu alegando que ela “não sentiria nada”, além de perguntar se ela já havia feito sexo anal. “É gostoso. É só lubrificar direitinho que não dói nada”, teria dito o médico.

Após a recusa da paciente, ele teria solicitado que ela tirasse a blusa para ouvir seus batimentos cardíacos e, em seguida, teria tocado em seus seios. Ele também teria solicitado que a mulher ficasse de costas para ele, para que ele pudesse auscultar os pulmões dela.

“Em certo momento, o autor encostou o pênis nas nádegas da vítima e se esfregou nela, estando ambos vestidos, dizendo que a vítima precisava mexer para ele conseguir ouvir seus batimentos cardíacos [dela]'”, diz trecho de registro policial.

A vítima afirmou que o médico só lhe entregaria um atestado médico se ela cedesse a mais avanços, por isso, ameaçou gritar caso ele continuasse recusando entregar. O médico entregou o atestado após o alerta da vítima.

Um inquérito policial foi aberto pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na zona leste de São Paulo para investigar a denúncia. No entanto, o caso foi posteriormente arquivado pelo MPSP devido a "provas insuficientes" e "versões contraditórias" apresentadas pelas partes envolvidas.

Mais relatos 

Outro relato de abuso sexual envolvendo o médico remonta a 25 anos atrás, quando uma mulher, agora com 41 anos, afirmou que foi vítima de uma tentativa de estupro durante um atendimento feito por Berchelli, quando ela era adolescente. Ela não registrou uma queixa na época, mas decidiu formalizar a denúncia posteriormente em virtude das denúncias mais recentes.

“Eu era uma adolescente e era a minha palavra contra a de um médico na época. Eram outros tempos”, lembrou.

Segundo a vítima, que morava na zona leste de São Paulo e atualmente reside em outro estado, Berchielli chegou a pedir para a então adolescente tirar a calça e a roupa íntima.

“Depois ele me virou de costas, jogou um lençol sobre a minha cabeça. Aí, ouvi o som do zíper da calça dele abrindo. Então, o telefone da sala dele tocou e ele foi atender, mas pediu para eu ficar como estava”, relata.

A vítima não obedeceu ao pedido do cirurgião, vestiu-se e correu até a avó, que a esperava do lado de fora da sala na clínica de Berchielli, onde outras vítimas teriam sido abusadas. 

O advogado de Berchelli refutou veementemente as acusações, afirmando ter convicção de que a inocência do médico será comprovada durante o processo. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) está investigando o médico, sob sigilo legal. A polícia continua as diligências para localizar e prender o médico, de acordo com a 5ª DDM, por meio da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

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