Família de jovem morto por PM em Niterói faz protesto no centro da cidade
A manifestação aconteceu em frente à Delegacia de Homicídios, e eles pedem para que seja feita uma perícia do caso

Os familiares e amigos do jovem morto durante uma operação policial na última semana em Niterói, fizeram uma manifestação em frente à Delegacia de Homicídios da cidade nesta sexta-feira (23). Matheus Bruno dos Santos, de 23 anos, foi morto no dia 19 de dezembro e o objetivo do protesto era para que fosse feita uma perícia do caso.
A namorada do Matheus, Adriele Alexandre, estava presente no evento e compartilhou o que estava sentindo naquele momento. “Vocês vão passar o natal, vão comer, e eu vou ficar aqui sofrendo a morte do meu namorado. Nem perícia vocês fizeram, porque sabem que estão no erro. Não houve troca de tiros? Por que não fazem a perícia, então? Eu quero justiça”, enfatizou.
A avó dele, que o criou como filho, conta como foi descobrir que ele havia morrido. “Ele chegou do trabalho cedo naquele dia, e tinha ido no Cras do Barreto para ver se conseguia um complemento na renda. Quando eu recebi a notícia, eu estava trabalhando e soube que ele tinha levado um tiro na barriga. Quando cheguei no hospital, vi que a situação era bem pior”, explica Maria da Conceição, de 59 anos.
E ela complementa: “Ele poderia ter prendido o meu neto pelo menos, que aí a gente resolvia na delegacia, mas fez isso. O garoto não estava fazendo nada. Matar meu filho assim? Eu não aceito. Estão manchando a sua imagem falando que ele estava com arma, mas a arma não era de verdade.”
Maria se refere ao vídeo postado nas redes sociais em que, aparentemente, Matheus aparece segurando uma arma. Mas, segundo o fundador da websérie que ele fazia parte, se tratava apenas de uma gravação e as armas eram de airsoft, usadas para dar mais vida às cenas.
“Algumas foram pintadas na ponta de preto para trazer mais realidade, mas nenhuma era verdadeira. Eu tenho todas as armas, e se vocês quiserem eu levo para verem que estou falando a verdade. O que estão fazendo é uma crueldade com o jovem. Estão arrumando formas de livrá-los desse crime que eles cometeram”, enfatizou Carlos Marcos, de 27 anos.
De acordo com Carlos, a série já acontece há um ano e meio, e o Matheus era um dos atores. “Já gravamos em um monte de comunidades de São Gonçalo, Niterói e Rio de Janeiro. Nós levamos cultura para dentro das favelas, para que esses jovens consigam realizar o sonho de aparecer nas telas”, explicou. O programa é divulgado no Youtube em um canal com mais de 8 milhões de inscritos.