De origem pobre à riqueza: Veja quem é o niteroiense Wanderson Coutinho investigado por fraudes contra a Receita Federal
Ele é um dos investigados na Operação Crédito Podre, por fraudes contra a Receita Federal

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (15), o empresário niteroiense Wanderson Moraes Coutinho, de 45 anos, responsável pelo Grupo WMC. Ele é um dos investigados na Operação Crédito Podre, por fraudes contra a Receita Federal.
Segundo as investigações, Wanderson captava clientes devedores do Fisco e oferecia créditos tributários irregularmente. O grupo do empresário reúne oito empresas.
O que chama a atenção é que antes de conquistar uma fortuna, Wanderson tinha uma origem bem humilde. Nascido em Niterói, ele vendeu sanduíche natural, foi motorista de van e manobrista até se tornar office boy de um grupo empresarial no Centro do Rio.
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Neste grupo, ele teria ‘ conquistado’ seu chefe após o socorrer em meio a um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Formado em contabilidade, logo ele passou a comandar o grupo que ganhou as iniciais de seu nome. Os negócios foram se tornando cada vez mais rentáveis e passou a oferecer consultoria tributária utilizando escritórios para intermediar a venda dos créditos, que é proibido. Entre os seus clientes há empresas de transportes, saúde, postos de gasolina, farmácias e artístico.
Para justificar a grandeza de seu patrimônio, avaliado em mais de R$ 30 milhões, em 2018, ele disse em entrevista ser sócio de restaurantes nos Estados Unidos.
O site oficial do grupo informa que o WMC realiza trabalhos no Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha e China.
Entenda o esquema
As investigações constataram que a organização intermediava a venda de supostos créditos decorrentes de processos judiciais de titularidade de terceiros para quitação de débitos de tributos administrados pela Receita Federal.
Em razão da realização destes "serviços" eram cobrados de 40% a 50% do valor dos débitos compensados, encarregando-se de toda a operacionalização da operação, incluindo desde a transmissão das Declarações de Compensação, quase sempre mediante utilização de Certificados Digitais de "laranjas", até apoio jurídico e a interposição de eventuais Recursos Administrativos.
Constatou-se ainda que o principal responsável pela fraude operava, por meio de parentes, de sua advogada e de "laranjas", para ocultar a origem ilícita dos recursos recebidos, transferindo-os para as contas em nome dessas pessoas, ou registrando bens móveis e imóveis em nome dos mesmos e de empresas registradas em nome delas.
A soma dos valores que se pretendia compensar de forma fraudulenta em tributos federais seria aproximadamente de R$ 100 milhões, tendo havido a efetiva homologação da quantia de R$ 2 milhões de tributos federais e de efetivo prejuízo financeiro para a União.
Foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão preventiva pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro em residências dos investigados e nas empresas supostamente ligadas à organização criminosa na capital e em municípios cariocas próximos.
Com informações de Agência Brasil e G1