Presidente do Cremerj é investigado por suposto assédio sexual
O caso teria acontecido em um hospital particular na Zona Sul do Rio

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) e também ex-médico do Vasco da Gama, Clóvis Bersot Munhoz, é alvo de investigação da Polícia Civil sobre um suposto caso de assédio sexual. As informações são do Jornal O Globo.
De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela 9ª DP (Catete) e Clóvis chegou a ser indiciado pelo crime. O inquérito, que corre em sigilo, foi encaminhado para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que pediu diligências à polícia.
O caso de assédio teria acontecido na sala de cirurgia de um hospital particular na Zona Sul do Rio. A vítima seria uma técnica de enfermagem que vive em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A mulher contou em depoimento que o médico disse que ela era "muito quente" e que precisava ter mais relações sexuais por ter se casado muito cedo. O caso foi confirmado por uma testemunha.
O assédio foi registrado em julho de 2021. Entre as insinuações que teriam sido feitas por Munhoz no ambiente de trabalho e que são investigadas pela Polícia Civil, a mulher relata que ele colocou a mão no pescoço dela e chegou a perguntar se ela tinha interesse em trair o marido.
A técnica de enfermagem disse que as importunações eram tão frequentes que ela chegou a pedir à chefia direta para não fazer parte de cirurgias em que Munhoz estivesse presente.
De acordo com o Cremerj, Clóvis Bersot Munhoz é formado em medicina pela Universidade Gama Filho, é ortopedista e traumatologista e fez residência na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professor-assistente.
Por meio de nota, o Cremerj afirmou que tomou conhecimento de que o presidente do conselho tinha, em seu desfavor, uma investigação na 9ª DP e que ele era citado em um processo trabalhista.
“Na época, foi instaurado procedimento administrativo no Conselho e foi solicitado esclarecimentos a respeito do caso. Ele prestou todas as informações, frisando não ter proferido nenhuma das palavras ali mencionadas. Também informou que, no referido dia, havia feito outras cirurgias e que estavam presentes na sala outras pessoas, como médicos, enfermeiras e instrumentadores”, diz a nota.
O conselho afirma que Clóvis tomou posse como presidente do Cremerj em fevereiro deste ano porque, após uma apuração interna, não foi encontrado nada em nome dele. O Cremerj afirmou ainda que Munhoz tem se posicionado de maneira firme contra casos de assédio, representando a classe médica.