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Perícia não comprova que ameaças enviadas à vereadora Benny Briolly partiu de deputado

A perícia particular foi contratata pela vereadora e pelo partido PSOL

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de junho de 2022 - 09:31
”Estou a disposição da polícia para colaborar com as investigações bem como do Judiciário. Eu sou a maior interessada em saber o autor dessas ameaças”
”Estou a disposição da polícia para colaborar com as investigações bem como do Judiciário. Eu sou a maior interessada em saber o autor dessas ameaças” -

Benny Briolly (PSOL), entregou nesta segunda-feira (27) resultado de perícia particular contratada por ela e pelo PSOL para a origem da última ameaça de morte recebida pelo e-mail do gabinete oficial do Deputado Rodrigo Amorim (PTB) a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância - DECRADI e a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática – DRCI. A perícia concluiu que o e-mail partiu de um “spoofing”, que é um crime cibernético que ocorre quando alguém finge ser uma pessoa, contato ou marca em quem você confia para acessar informações pessoais sensíves.

Rodrigo Amorim já proferiu ofensas contra Benny Briolly em sessão plenária na ALERJ no último dia 17 de maio e disse: “é uma aberração da natureza” e afirmou: “é homem pois nasceu com pênis e testículos.

 “Estou à disposição para colaborar com as investigações e fornecer o que for necessário para acharem os responsáveis pelas diversas ameaças de morte. A extrema direita vem afirmando tratar-se de uma montagem ou fraude eleitoral, na tentativa de desqualificar as mais de 30 ameaças de morte que já recebi. Tenho histórico na política de moral e caráter e compromisso com a verdade, diferente de bolsonaristas que quebraram a placa de minha amiga e companheira de luta Marielle Franco e a expõem dentro de seus gabinetes como um troféu de execução, outros que ameaçam a democracia e o STF e já estão inclusive condenados ou afastados de suas funções. A estratégia da extrema direita bolsonarista, aliada ao gabinete do ódio, é de desqualificar nosso histórico de lutas e fazer uma cortina de fumaça sobre a quantidade de crimes e todas as ameaças que venho recebendo. Eu sou a principal interessada em desvendar os mandantes desses crimes. Espero que a morosidade do judiciário e das investigações não emperrem por anos, até hoje não sabemos quem mandou matar Marielle, apesar das diversas ligações com a milícia e a extrema-direita. Eu quero saber quem é que me ameaça e exijo justiça. Não serei silenciada e não serei interrompida.”, disse Benny Briolly.

Benny Briolly, a vereadora mais votada de Niterói, é trans e já sofreu mais de 30 ameaças de morte catalogadas por sua equipe de segurança e registradas junto a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância - DECRADI e é atualmente protegida pelo PEPPDH – Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e segue cobrando escolta  que  não vem sido acolhida e efetivada pelo Estado brasileiro, apesar de todas as ameças sem solução. A vereadora trans de Niterói segue com o apoio jurídico de seu partido, o PSOL, o IDPN -  Instituto de Defesa da População Negra e diversas organizações da sociedade civil como o Instituto Marielle Franco, o Criola e Terra de Direitos, Race & Equality, CIDH – Corte Interamericana de Direitos Humanos e  a Organizações das Nações Unidas – ONU.

Confira nota da vereadora: 

"Eu, Benny Briolly, a primeira travesti parlamentar ELEITA no Estado do Rio de Janeiro, tenho o compromisso com a verdade, com o povo brasileiro e a democracia. 

Depois da última ameaça de morte que recebemos, que constava enquanto remetente o endereço de e-mail de um parlamentar da Alerj, junto ao meu partido, contratamos uma perícia técnica para contribuir com as investigações. 

Foi constatado que se trata de um “spoofing” - crime cibernético que ocorre quando alguém não quer ser identificado, se passando, assim, por um contato ou marca de relevância - feito por um PROFISSIONAL a mando de alguém ou por interesses próprios.

De imediato, acionamos as organizações que acompanham minha segurança e anexamos o relatório pericial hoje pela tarde nos autos do meu processo aberto na DECRADI. 

É importante ressaltar que o endereço de e-mail utilizado pelo criminoso, através da prática de “spoofing”, era do mesmo parlamentar que dias antes em sessão na Alerj me atacou com xingamentos racistas e transfóbicos, referindo-se a mim da forma mais bárbara possível e segue respondendo criminalmente por tal. 

Através do resultado da perícia, ainda não sabemos a verdadeira origem, nem o MANDANTE deste e-mail. O que sabemos é que continuo sob ameaça constante de morte e sem nenhuma resposta das investigações. Contudo, temos a certeza que ainda vivemos no país que mais mata LGBT’s no mundo e sob o governo fascista que ainda não respondeu QUEM MANDOU MATAR MARIELLE, tendo, inclusive, relações diretas com os executores do crime. 

Hoje tenho mais de 30 ameaças de morte. Sou protegida do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos no Estado do Rio de Janeiro, meu caso é acompanhado por diversas instituições nacionais e internacionais. Ano passado tive que deixar meu país, fiz denúncia à Corte Interamericana de Direitos Humanos, acionei diversas instâncias do Estado como Ministério Público, a Câmara Federal, a presidência do TSE, entre outros. 

Não serei interrompida, assim como nenhuma de minhas irmãs. Vamos até o fim com essa investigação e com o compromisso de termos ainda mais mulheres pretas e travestis ocupando os espaços políticos na construção da democracia brasileira, iniciando e terminando seus  mandatos. 

Sigo à disposição para colaborar com as investigações, a fim de que achem quem são esses criminosos que insistem em atentar contra meu povo e o Estado Democrático de Direito.

Benny Briolly, 27/06/2022"

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