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Família lamenta morte de técnico de informática no Jardim Catarina

Parentes da vítimas querem entender o motivo de Bruno estar no bairro onde morreu, já que ali não era local onde trabalhava e nem caminho para sua casa

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 23 de junho de 2022 - 14:55
Familiares de Bruno estiveram no IML para liberar o corpo para sepultamento
Familiares de Bruno estiveram no IML para liberar o corpo para sepultamento -

“Ele deixou uma filha de oito meses e uma esposa. Uma família composta e cheia de sonhos. Ele era amado, só vivia em prol da família que ele deixou hoje, estamos inconsoláveis. Saudades, só isso”. Foi com essa frase que a irmã do técnico de informática Bruno Jardim Longobuco, de 33 anos, lamentou, no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó nesta quinta-feira (23), a morte do irmão. A família estava lá para liberar o corpo dele que, em seguida, seguiu para o Cemitério Parque da Paz, onde ocorrerá o sepultamento.

Segundo informações da Polícia Militar, Bruno foi morto após ter sido atingido por tiros durante um ataque de criminosos a policiais no Jardim Catarina, na noite de ontem (22). A Polícia Militar afirmou que os policiais foram até o bairro e chegaram a retirar algumas barricadas, quando, enquanto transitavam pelas ruas, foram alvo de tiros de criminosos. Os policiais desembarcaram da viatura que estavam e se esconderam atrás de postes, não revidando a agressão. A viatura policial, no entanto, foi alvejada, principalmente, na parte traseira. Bruno teria sido atingido por uma bala perdida desse ataque. A família da vítima, no entanto, não acredita nessa versão e afirma que os tiros foram dados apenas em Bruno, não atingindo mais ninguém. Diante da suspeita, o delegado Mario Lamblet, responsável pelo caso na DHNISG, informou que já começou a ouvir testemunhas, dentre elas, os policiais envolvidos na ação e a família da vítima. Uma outra testemunha importante para esclarecer o caso é o patrão de Bruno, pois, segundo familiares da vítima, o técnico de informática foi até o Jardim Catarina depois de um pedido de seu chefe, fora de seu horário de trabalho.

"Na verdade, essa segunda incursão no Jardim Catarina ocorreu depois de uma prisão de ontem e aí, depois, o serviço reservado da PM teria retornado lá. Na localidade, nessa rua, os policiais teriam sido recebidos a tiros por parte dos traficantes. Os policiais desembarcaram e tentaram encontrar esses traficantes. Eles relataram, inicialmente, que não dispararam as armas de fogo, somente se abrigaram e, posteriormente, quando cessaram os tiros, os policiais progrediram. Acharam as cápsulas no chão do local e eu determinei que uma equipe veja se o projetil encontrado no corpo realmente bate com algum tipo de calibre que tenha sido utilizado, com relação a esses cartuchos encontrados. Estamos fazendo também um procedimento para tentar, posteriormente, se for necessário, fazer uma reconstituição das posições onde os carros estavam. Inicialmente, o que foi relatado é que a vítima, infelizmente, ficou no meio, entre os traficantes e os policiais, e teria sido alvejada dentro do veículo, morrendo no local. Policiais foram ouvidos, uma prima da vítima também foi ouvida, o patrão da vítima deve vir hoje e estamos vendo a possibilidade de ouvir outros familiares ainda hoje. Ontem (22), o patrão foi ouvido e relatou que Bruno teria ido lá fazer a manutenção de um equipamento, mas isso ainda vamos entender com mais detalhes quando ouvirmos novamente ele e, assim, vamos poder tirar as dúvidas dessa situação", afirmou o delegado, que deve ouvir o patrão da vítima ainda hoje. 

Para a família, é suspeito o fato de Bruno ter sido procurado para fazer um trabalho naquele horário, após o fim de seu expediente. Ele usava o carro do patrão no momento do ataque.

“Eu estava na rua e fiquei sabendo da história através de uma ligação do meu filho mais velho. Falaram que foi confronto de traficantes com policiais, mas, na realidade eu não acho que foi confronto, mas sim que os tiros foram direcionados para o carro dele. O Bruno estava dirigindo para o patrão e com o uniforme de outra empresa, que não era lá do Catarina. O patrão pediu para o Bruno ir ao restaurante que esse patrão havia comprado há pouco tempo, mas o restaurante estava fechado e o patrão não estava lá. A empresa que ele realmente trabalhava fica em outra localidade, não tem nada a ver com o que ele foi fazer e ele estava fora do horário de trabalho dele. O carro que meu primo dirigia era do patrão dele e acreditamos que os tiros foram direcionados para esse carro. Ele não estava no horário de trabalho, o que ele foi fazer lá só esse patrão sabe. Queremos apenas resposta e justiça”, contou Mariana Longobuco, prima da vítima. 

A família tem dúvidas sobre o que de fato pode ter acontecido. “Meu irmão já tinha encerrado o horário de trabalho dele, ele trabalha numa firma na área de técnico de informática. A nossa interrogação maior é o que ele estava fazendo num local que não era do trabalho dele e não era o local da casa dele? A ordem do patrão foi que ele fosse para lá, para que? Fazer o que? O patrão direcionou ele para um restaurante que estava fechado, dentro de um local de área de risco”, disse Lucilene Jardim Longobuco, irmã de Bruno.

O patrão de Bruno esteve no IML nesta manhã, mas não quis falar com a imprensa.

Bruno morava no Arsenal e trabalhava como técnico de informática. Ele celebrou seus 33 anos em abril e a filha dele completou 8 meses no último dia 20 de junho. 

O sepultamento de Bruno ocorrerá às 16h30 no Cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo.

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