PF pede 30 dias para concluir investigação sobre morte de homem em viatura da PRF
Polícia Federal já ouviu cerca de 30 pessoas
A Polícia Federal em Sergipe pediu mais 30 dias ao Ministério Público Federal para finalizar o inquérito sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, que foi asfixiado dentro do porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, no dia 25 de maio, após ela ser transformada em uma "câmara de gás" improvisada.
Os investigadores justificaram o pedido de prorrogação com a necessidade de aguardar "a apresentação de laudos periciais requisitados", "indispensáveis para a finalização do procedimento investigatório". Os laudos mencionados são as perícias do Instituto Médico Legal em Sergipe do Instituto de Criminalística da Diretoria Técnico-Científica da PF.
A Polícia Federal já ouviu cerca de 30 pessoas, incluindo os familiares de Genivaldo, testemunhas da abordagem realizada pelos agentes e também os policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência.
Agentes envolvidos na abordagem que resultou na morte de Genivaldo classificaram o falecimento do homem de 38 anos como uma "fatalidade desvinculada da ação policial legítima". Os policiais disseram que foi empregado "legitimamente o uso diferenciado da força" no caso e que usaram até gás de pimenta e gás lacrimogêneo para "conter" Genivaldo.
Dias após a morte de Genivaldo, peritos do Instituto Nacional de Criminalística da PF foram até o interior de Sergipe para examinar a viatura da Polícia Rodoviária Federal na qual ele foi trancado. Um trecho da BR-101 em Umbaúba foi isolado para captação de imagens aéreas e terrestres.
A Polícia Rodoviária Federal abriu um processo disciplinar para investigar a conduta dos agentes envolvidos. Todos os procedimentos estão sendo acompanhados pelo MPF. O procurador Flávio Pereira da Costa Matias, coordenador de Controle Externo da Atividade Policial na Procuradoria da República em Sergipe, abriu um procedimento requisitando informações às Polícias Civil, Rodoviária Federal e Federal sobre o caso.