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Ex-policial civil assassinado atuava como advogado

Ele foi expulso da polícia há alguns anos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 31 de maio de 2022 - 12:50
Frente do veículo ficou totalmente destruída
Frente do veículo ficou totalmente destruída -

Carlos Daniel Dias, de 40 anos, é o nome do ex-policial civil que foi assassinado a tiros, na manhã desta terça-feira (31), no Cafubá, em Itaipu, Região Oceânica de Niterói. Após ser expulso da polícia, a vítima atuava como advogado, trabalhando, por exemplo, na defesa de Daniel Aleixo Guimarães,- acusado de ser um dos cúmplices do assassinato de Wesley Pessano, que teria sido ordenado por Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins".

Carlos Daniel estava acompanhado de seu filho, em seu veículo, uma Hilux, quando criminosos armados, em uma motocicleta interceptaram o carro na Avenida Conselheiro Paulo de Melo Kaile, no Cafubá.  

O filho da vítima, que não foi atingido por nenhum disparo, acompanhou todo o trabalho da policia, mas não falou sobre o caso com a imprensa. 

O advogado foi atingido e morreu na hora, dentro de seu veículo blindado. Ele ainda tentou escapar da ação e colidiu em outro veículo, mas não resistiu. 

Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói,  Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), foram ao local e realizaram a perícia inicial. A polícia ainda não falou sobre o crime. 

O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) do Barreto,  em Niterói e familiares e testemunhas, foram levadas para a sede da DH para prestarem depoimentos. 

Carlos Daniel iniciou a carreira policial ganhando homenagens pelo excelente trabalho prestado, mas acabou sendo preso por crimes como tráfico de drogas e foi acusado de escoltar criminosos enquanto eles fugiam de comunidades no Rio.

Segundo informações do jornal O Globo, Carlos Daniel sempre quis ser advogado. No entanto, ele deixou seu sonho juntamente com o trabalho que exercia em um escritório de advocacia, em 2001, quando se tornou inspetor da Polícia Civil.

Na polícia, Carlos Daniel era especialista em escutas telefônicas e conseguiu informações importantes  que ajudaram a levar a prisões de alguns criminosos como Patrick do Vidigal e Nem, da Rocinha. Ele também participou da ação que terminou com a  morte de Pedro Dom, que era considerado um dos ladrões de residenciais mais perigosos do Rio e conseguiu fugir da polícia algumas vezes. Quando ainda era policial, ele recebeu menções honrosas de deputados  pelo trabalho que exercia na 15ª DP (Gávea).

No entanto, segundo a polícia, em 2009, ele teria começado a atuar com criminosos, chegando a participar da abertura de um paintball com Alexandre Leopoldino Pereira da Silva, o Perninha, preso em 2005 por tráfico de drogas. 

Ainda segundo as investigações, Daniel teria ajudado Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, chefe do tráfico no morro de São Carlos, e Sandro Luiz de Paula Amorim, conhecido como “Peixe” da Rocinha, a fugirem das comunidades, quando os locais passaram a ser ocupados para a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora.  

Em 2012, ele foi preso pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, favorecimento pessoal e tráfico de drogas. Na ocasião, acabou  expulso da Polícia Civil. 

Atualmente, ele atuava como advogado e era responsável por diversos casos de repercussão.

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