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Chefão do tráfico de S. Gonçalo é julgado e morto pela cúpula do CV

"Parazinho" comandava os morros da Alma e Tronco, no Complexo do Jóquei

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 17 de abril de 2022 - 13:37
"Parazinho": julgamento e morte pela cúpula do'CV'
"Parazinho": julgamento e morte pela cúpula do'CV' -

Apontado como um dos maiores "matutos" na venda de drogas, armas e munições para o Comando Vermelho em comunidades de todo o Estado do Rio, além de comandar o tráfico nos morros da Alma e Tronco, no Complexo do Jóquei, em São Gonçalo, o traficante identificado como Parazinho ou Paraíba ou El Chapo, de 42 anos, foi morto por ordens da cúpula dessa facção, em "julgamento" no Morro da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.

Execução teria sido na comunidade da Rocinha, no Rio
Execução teria sido na comunidade da Rocinha, no Rio |  Foto: Divulgação
 

Participaram do "julgamento" de Parazinho, 13 integrantes da cúpula do Comando Vermelho, muitos deles presos, que acabaram dando seus votos através de mensagens por whatsapp. No final, o "matuto" da facção foi condenado à morte por 9 votos a favor e 4 contra a sua execução. O "crime" cometido por Parazinho seria fornecer cerca de 300kg de cocaína por mês, além de armas e munições, para traficantes das comunidades Nova Holanda, Baleeira, Lagomar e Malvinas, em Macaé, no Norte do Estado do Rio, que são controladas pela facção rival, a Amigo dos Amigos (ADA).

Suposta morte de "Parazinho" circulou, em informações, nas redes sociais
Suposta morte de "Parazinho" circulou, em informações, nas redes sociais |  Foto: Divulgação
 

Nascido e criado na Trindade, em São Gonçalo, a trajetória de Parazinho no tráfico de drogas começou no início dos anos 2000. Ele foi apadrinhado por um "matuto" que fornecia drogas para todas as facções do Estado. Após a morte de seu 'padrinho', assassinado a tiros em Itambi, distrito de Itaboraí, ele assumiu os 'negócios' e passou a ser considerado o maior "matuto" do Estado, com trânsito livre em todas as comunidades, independentemente de que facção estivesse no controle.

Parazinho foi uma das testemunhas do 'golpe' que o traficante Thomaz Jhayson Vieira Gomes, o 2N, deu no Complexo do Salgueiro, no dia 24 de abril de 2019, quando executou Schumaker Antonácio do Rosário, o Piloto, e outros integrantes do Comando Vermelho, 'pulando' para a facção Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo investigações, naquele dia, Parazinho estava na comunidade para negociar a entrega de uma carga de drogas e armamentos, e acabou participando da reunião em que Schumacher e seus comparsas foram mortos, e que estaria sentado numa cadeira ao lado dele na hora da execução.

"Parazinho" comandava o tráfico nas comunidades  do Tronco e da Alma, em SG, segundo a polícia
"Parazinho" comandava o tráfico nas comunidades do Tronco e da Alma, em SG, segundo a polícia |  Foto: Divulgação
 

Como cria de São Gonçalo, Parazinho, após o Comando Vermelho conseguir assumir todas as comunidades controladas pelas facções rivais na cidade, ele foi convidado a comandar a venda de drogas nos morros do Tronco e Alma, no Complexo do Jóquei, mas em troca teria que passar a atuar como 'matuto' exclusivo do CV, deixando de fornecer armas e drogas para o TCP e a ADA. Uma ligação interceptada por traficantes do CV revelou que Parazinho continuava abastecendo com drogas e armas a ADA de Macaé, e isso levou a ser julgado pelos 13 integrantes da cúpula do CV, que decidiram por 9 a 4, a sua morte.

"Ropinol": investigado como liderança da 'ADA' e morto em 2010
"Ropinol": investigado como liderança da 'ADA' e morto em 2010 |  Foto: Divulgação
  

 As comunidades de Macaé têm um histórico de pertencerem a ADA desde os anos 90, quando Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, morto em março de 2010, e considerado o maior traficante de cocaína da época, estendeu seus domínios do conjunto de favelas do São Carlos, no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio, para a Nova Holanda, Malvinas e Engenho da Praia, todas elas na cidade litorânea da Região Norte do Estado do Rio. Ele acabou morto durante operação de policias da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no Morro do São Carlos.

Ele recebeu o apelido porque era usuário não de cocaína, mas do medicamento Roupinol, receitado para controle da adrenalina.

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