Câmeras flagram momento que marinheiro mata inocente em SG
O sargento disse que atirou porque Durval se aproximava rapidamente do seu carro

Imagens de câmeras de segurança do Condomínio Vale dos Ipês, em Colubandê, São Gonçalo, vão contra a versão do sargento da Marinha que matou um vizinho na noite da última quarta-feira (2) após relatar que o confundiu com um bandido que tentava roubar seu carro.
Durval Teófilo Filho, de 38 anos, foi morto às 23h da última quarta-feira enquanto caminhava para entrar em casa no condomínio onde morava. Aos policiais, o sargento da marinha contou que Durval se aproximava rapidamente de seu carro e atirou contra ele porque achou que era um bandido. A versão contada pelo sargento é diferente do que mostram as câmeras de segurança.
Nas imagens, é possível ver Durval andando calmamente pelo estacionamento do condomínio procurando alguma coisa dentro da bolsa que carrega em suas mãos. Enquanto andava, ele foi surpreendido ao levar um tiro e caiu ao chão. Ainda no chão, aparentemente Durval tenta avisar ao vizinho que também é morador do condomínio. Durante esse tempo, o sargento atira mais duas vezes contra ele.
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Após os tiros, é possível ver pelas imagens que o sargento se aproxima de Durval e só aí percebe que ele não estava armado e corre para o seu carro que estava estacionado e pega o telefone celular.
O autor dos disparos depois socorreu Durval e o levou para o Hospital Estadual Alberto Torres, também no Colubandê. Mas Durval não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade hospitalar.
O sargento foi preso, em flagrante, por policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. Aos policiais ele contou que fez os disparos pois roubos são constantes na região. Ele foi autuado por homicídio culposo, quando há culpa, mas não intenção de matar. De acordo com a polícia, o autor dos disparos fez uma leitura errada da situação quando se surpreendeu ao ver Durval com a mão na bolsa e entendendo que seria assaltado, já que o local é conhecido pelo alto índice de roubos. Com isso, ele teria feito os disparos acreditando que estava se defendendo de um possível assalto, o que fez a polícia qualificar a ação como homicídio culposo e não doloso, quando há a intenção de matar.

Foi estipulada uma fiança de R$ 120 mil, que não foi paga pelo sargento. Por conta disso, ele está à disposição da Marinha do Brasil para ser levado à uma audiência interna de custódia.