Camelô é agredido e perde dente durante ação da Guarda Municipal do Rio

Um camelô foi agredido e arrastado até uma viatura por guardas municipais, durante uma ação rotineira de ordenamento da Guarda Municipal (GM) do Rio de Janeiro, na Taquara, Zona Oeste da cidade. Imagens que circulam na internet mostram o jovem sendo imobilizado por um dos agentes com um mata-leão. De acordo com testemunhas, ele teria perdido um dente durante a agressão. 

A ação realizada pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) com apoio da Guarda nesta terça-feira (7), teve como objetivo fiscalizar possíveis irregularidades na Taquara, entre estas a presença de camelôs trabalhando sem licença na região.

Segundo a GM, o jovem, ainda não identificado, teria xingado e tentado desferir socos contra um dos agentes. Ele foi detido ao tentar fugir e precisou ser imobilizado, como mostram as imagens no vídeo. Em seguida, o camelô foi encaminhado à 32ª DP (Taquara), onde a ocorrência foi registrada e este preso por desacato, lesão corporal e resistência à prisão. A instituição informou ainda que apura possíveis excessos na conduta dos guardas.

Em suas redes sociais, Maria dos Camelôs, coordenadora-geral do Movimento Unido dos Camelôs (Muca), denunciou a violência dos agentes. De acordo com esta, o camelô preso teria perdido um dente durante a ação truculenta. Maria condenou ainda perseguição do Estado contra a classe.

"Mais de dois milhões de desempregados nesse país, e o trabalhador sendo tratado dessa maneira. O que estamos presenciando é um choque de ordem disfarçado. Queremos respostas sobre essa e outras atuações da GM em plena pandemia. É desumano que a Guarda Municipal do Rio use violência contra os camelôs, que vão às ruas levar o sustento para casa", bradou ela.

O secretário municipal de ordem pública, Brenno Carnevale, também se posicionou sobre o ocorrido em suas redes sociais, afirmando que a Prefeitura tem feito o possível para ajudar os camelôs.

"O governo Eduardo Paes já distribuiu mais de 330 novas licenças e barracas para ambulantes previamente mapeados nas ruas, que deixam de depender de exploradores que se consideram donos do chão.” , sustentou Carnevale.