Governador do Rio comenta operação policial que deixou 10 mortos no Salgueiro: 'Coisa boa não estavam fazendo.'

O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), comentou, durante entrevista na tarde desta quinta-feira (25), a operação policial que deixou 10 mortos, incluindo um policial militar, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, entre a manhã de sábado e a noite de domingo (21), expressando seu apoio à instituição.

“Aqui ninguém é criança. Ninguém vai camuflado para o mangue trocar tiro com a Polícia de airsoft. Então a gente também tem que falar uma coisa, se foi completamente camuflado pro mangue trocar tiro com a Polícia, certamente coisa boa não estavam fazendo", declarou ele.

O governador afirmou ainda que as ações da Polícia em comunidades do Rio não são recorrentes e defendeu uma investigação para apurar possíveis erros ‘individuais’ por parte dos no caso do Salgueiro.

"A gente vem trabalhando para melhorar as ações das polícias, lembrando que apesar da palavra ‘recorrentes’, a gente tá falando de uma da Polícia Civil e agora uma da Polícia Militar [referindo-se às operações do Salgueiro e Jacarézinho]. Então, eu não creio que sejam recorrentes [as operações], são situações totalmente diferentes. A gente apoia sempre as polícias, mas não o erro. [O caso] está sendo investigado pela Polícia Civil e se qualquer agente, individualmente, errou, ele será punido. Eu duvido que haja instituição que puna tanto os seus quanto as Polícias do Rio de Janeiro.”, sustentou o governador

A operação no Complexo do Salgueiro levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a antecipar o retorno do julgamento da “ADPF das Favelas” para esta quinta-feira (25). A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, como é formalmente chamada, avalia a possível violação do decreto do STF que prevê restrições à realização de operações policiais nas comunidades cariocas durante a pandemia do COVID-19. O governador também se pronunciou sobre esta questão e, bem como a instalação de micro câmeras nos uniformes das forças de segurança do estado.

"Já compramos as bodycams (microcâmeras) para a implantação e ainda até o fim do ano vamos apresentar o Programa de Enfrentamento da Violência nas Comunidades. Isso deve mitigar a necessidade dessa proibição pelo STF. Esta última operação [do Salgueiro], foi feita toda dentro do estatuto, da legalidade, ela foi comunicada antes. Isso mostra que a nossa Polícia Militar e a Polícia Civil está cumprindo a decisão do STF que não é de que não se tenha operação, mas de que se tenha desde que balizada em uma série de normas". disse Castro