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Tráfico 'terceirizou' estação de trem e calçadas de ruas do Barreto, em Niterói

Criminosos da comunidade do Buraco do Boi teriam promovido a venda de espaços na estação ferroviária e ruas próximas. Autoridades fizeram operação 'choque de ordem' no local nessa sexta-feira (23)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de julho de 2021 - 19:35
Áreas foram 'vendidas' por traficantes
Áreas foram 'vendidas' por traficantes -

Parte integrante do mais antigo meio de transporte de massa do país, a Estação Ferroviária do Barreto, em Niterói, quem diria, caiu 'nas garras' do tráfico de drogas. A Polícia Civil e as autoridades públicas fazem investigações para identificar os responsáveis pela suposta prática de 'venda' de áreas da referida estação, prática que estaria sendo adotada por traficantes drogas da comunidade do Buraco do Boi, naquele mesmo bairro, aproveitando o fato de o ramal ferroviário da região estar desativado e em fase de estudos para futura revitalização. 

Desde o ano passado, o Jornal O SÃO GONÇALO vem noticiando a prática irregular supostamente comandada por um traficante identificado como Nego, apontado pela polícia como  líder da venda de drogas na comunidade do Buraco do Boi, próxima a centenária estação ferroviária e ruas próximas a ela. Na manhã dessa sexta-feira (23), equipes da Prefeitura de Niterói e da Guarda Municipal de Niterói realizaram uma grande operação na região para tentar colocar em prática uma espécie de 'choque de ordem' nas ruas do Barreto.  

Bairro sem lei - A  Rua Monsenhor Raeder, apesar de ser um corredor viário de pequena extensão, tem grande movimentação por ligar dois pontos por onde circulam milhares de veículos todos os dias - a Avenida do Contorno e a Rua General Castriotto. Segundo levantamentos das autoridades, as calçadas começaram a ser vendidas, em uma ação audaciosa por pessoas ligadas aos traficantes de drogas da comunidade Buraco do Boi, situada próxima ao local onde as calçadas são ocupadas.

As ocupações são desde treilers e biroscas, para fins comerciais. Nos últimos dias, até um ferro-velho surgiu no local, com pedaços de automóveis sendo colocado em uma das calçadas.  A autorização para as ocupações tem motivações financeiras. Para terem maior faturamento sobre seus 'negócios ilícitos' os traficantes de drogas daquela comunidade teriam, a partir do ano retrasado, iniciado a prática de 'venda' de 'pedaços' dos corredores viários, por preços que variam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil. 

As construções irregulares não existem apenas na Monsenhor Raeder, mas também na Alameda Carlos Gomes, no mesmo bairro, e até na Estação ferroviária do Barreto, que está à desativada por causa da paralisação dos trens, desde 2005. Há anos, os veículos deixaram de circular no trecho entre Niterói e São Gonçalo, por causa da suspensão das atividades por parte do poder público, sob alegação do baixo número de passageiros e da falta de recursos para manter as operações. 

A Secretaria Estadual de Transportes informou que desde 2011, a Estação Ferroviária, em temo de comodato, foi repassada à Prefeitura de São Gonçalo. A Prefeitura de SG, por sua vez, afirma que há um projeto de estudos uma eventual reativação, que poderia ser parte integrante de um ramal do Metrô na região, plano antigo criado pelas autoridades da área de transportes, mas que jamais saiu do Papel. A Polícia Civil abriu investigação para identificar os responsáveis pela venda ilegal no Barreto. 

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