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Produtor cultural tenta provar inocência após vítima de assalto reconhece-lo por foto

Ele estava em uma missa no dia do crime, mas está preso há quase um ano

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 17 de julho de 2021 - 08:30
Ângelo quer provar inocência
Ângelo quer provar inocência -

O produtor cultural Ângelo Gustavo está preso há 317 dias e amigos e parentes do rapaz tentam provar a inocência dele, que é acusado de ter roubado um carro no Catete, na Zona Sul do Rio. O crime aconteceu em 2014 e ele foi preso em 2019, após a vítima do assalto dizer ter reconhecido o rosto dele por uma foto.

Angêlo afirma que não cometeu o crime e para provar sua inocência, reúne o relato de pessoas que estavam junto dele no dia e local do crime, a ausência de anotações criminais e também um laudo médico. O documento constata que em julho de 2014 o produtor foi diagnosticado com uma doença que atinge os pulmões e precisou passar por uma cirurgia no Hospital da Lagoa. O roubo do carro foi realizado por seis criminosos e aconteceu no dia 27 de agosto de 2014, data em que o rapaz estaria em pós-operatório. Familiares do produtor cultural afirmam que além de se recuperar da cirurgia, no dia do assalto em que ele estaria envolvido, Ângelo estava em uma missa de falecimento de um amigo e em seguida foi para a casa da avó, no bairro do Rio Comprido, na Zona Norte.

Em outubro de 2014, o carro roubado foi encontrado pela Polícia e a vítima acionada à Delegacia para buscar seus pertences. Ao chegarem ao local, o documento de uma pessoa com nome de João foi encontrado e cinco dias depois, o dono do veículo voltou a delegacia com uma foto de Ângelo Gustavo, alegando que ele seria o ‘João’, um dos assaltantes. Ele contou aos policiais que encontrou Ângelo após ver interações dele nas fotos das redes sociais de João, além disso, reafirmou que apesar de não ter enxergado muito bem no dia do crime, tinha certeza de que o produtor era um dos criminosos.

Segundo a família do rapaz preso, a Polícia somente usou como base para o encerramento da investigação o reconhecimento por foto da vítima e em seguida, pediu a prisão de Ângelo. Ele foi acionado para prestar esclarecimentos sobre o caso na Delegacia em setembro de 2020, ao chegar ao local, havia um mandado de prisão em aberto em seu nome.

A versão da Polícia

Em nota, a Polícia Civil informa que o rapaz foi preso em uma gestão passada e que essa prática de reconhecimento por foto não é mais utilizada.

"A Secretaria de Estado de Polícia Civil esclarece que o homem foi preso em cumprimento de um mandado de prisão expedido pela justiça. A atual gestão da polícia civil recomendou que os delegados não usem apenas o reconhecimento fotográfico como única prova em inquéritos policiais para pedir a prisão de suspeitos”, diz o documento.

A defesa do produtor Ângelo pediu a revisão do processo, apesar de três desembargadores votarem pela absolvição, outros três foram contra.

Um deles pediu mais tempo pra analisar o caso. O voto que vai determinar o futuro do rapaz está marcado para o dia 31 de agosto. A defesa pediu a antecipação dessa data.

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