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Desaparecido desde o dia 8, jovem é encontrado morto em Marambaia

Vítima sumiu quando foi abastecer sua moto

Escrito por Ana Carolina Moraes | 17 de junho de 2021 - 13:38

“Eu vi o Iago crescer. Ele sempre foi um rapaz calado, muito família, trabalhador, estava como mototaxista há 7 meses na Vila Brasil, não gostava de baile funk e essas coisas, nunca se envolveu com nada de errado e apareceu morto. Não sabemos o que aconteceu. Ele estava noivo, ia se casar. A noiva dele está completamente em choque”. As palavras em tom de despedida são de Dayse Silva, de 63 anos, amiga da família de Iago Miguel Silveira, que foi encontrado morto na última quarta-feira (16), em um matagal próximo à Rua 18, no Marambaia, bairro de Itaboraí. A família de Iago hoje chora a perda de mais um jovem negro, de 24 anos, que trabalha como mototaxista e tinha o hobby de assistir rodeios de cavalos. Iago estava desaparecido desde o dia 8 de junho.

Iago saiu de casa no dia 8 para abastecer sua moto em um posto no famoso retorno de Marambaia. Após isso, ele seguiria para a casa de sua noiva/ namorada, onde passaria o restante do dia. Na manhã seguinte, sem notícias de Iago, a tia do rapaz, conhecida como Rosemary Miguel, ligou para a namorada de Iago para conseguir saber como ele estava.

“Na quarta (09), a Rosemary ligou para a namorada dele para saber informações sobre ele. Foi aí que a namorada disse que não estava com ele. Rosemary começou, então, junto com toda a família, a procurar por ele. O primeiro lugar que eles foram foi no posto de gasolina que ele foi abastecer a moto e, chegando lá, testemunhas contaram que viram ele no local. Mas, ninguém sabia o que poderia ter ocorrido com ele” contou Dayse.

Desde então a procura da família pelo rapaz se intensificou. Eles buscaram em hospitais e delegacias. Ao se dirigem para a 74ª DP (Alcântara), para registrarem o caso, eles tiveram mais uma surpresa.

“Chegando lá, a família não conseguiu registrar o boletim de ocorrência, eles pediram para ser feito na Delegacia de Homicídio de Niterói (DHNSG). Mas, lá na 74ª falaram que estavam com a moto dele e que a moto foi apreendida depois que dois menores trocaram tiros com a polícia. Esses jovens estavam na moto. Mas, não entendemos nada já que esses menores não estavam lá e não sabemos como a moto dele pode ter parado com essas pessoas”, contou Dayse, amiga da família do rapaz há 30 anos. 

Na quinta-feira (10), o desaparecimento do jovem de 24 anos foi registrado na DHNSG, que começou a investigar o caso.

A família aguardava o retorno das investigações, até que, após muito divulgar o caso nas redes sociais, a tia do rapaz recebeu um telefonema anônimo de um número restrito informando sobre o paradeiro do corpo já sem vida de Iago. 

“Ligaram para ela na terça-feira (15) falando que o corpo dele estava nesse matagal em Marambaia e que já estava sem vida. Ligamos para os policiais para irem lá, mas só conseguimos na quarta-feira (16). Foi aí que encontraram o corpo do Iago no matagal, enterrado na areia, de bruços e com diversas marcas de tiros. Não conseguimos ver, mas os policiais informaram que a cena era feia e brutal, tinha muito sangue na região e o corpo já estava em decomposição. Os policiais que acharam o corpo nos informaram a roupa que ele estava e era a mesma com a qual ele saiu de casa no dia 8. Também identificaram a tatuagem dele no antebraço direito, na qual estava escrito a palavra “Benício”, um sobrenome de família. Nesse momento, soubemos que se tratava dele mesmo”, contou Dayse. 

A partir de agora, a família busca respostas sobre o que ocorreu com o jovem. “Ele estava noivo, se preparando para casar. A noiva está em choque. Ele morava com a tia Rosemary e a avó dele e está todo mundo querendo justiça. Das crianças até a avó da família estão todos com muita revolta no coração, muita dor. Talvez se fosse um menino envolvido em algo, rebelde, que vivia em baile e na rua, tudo bem, mas ele não era. Era trabalhador, família, nascido e criado no Marambaia. A única coisa que ele gostava muito de fazer era ir pra rodeios. Ele não participava, mas adorava assistir. Ele tinha o cavalo dele e adorava andar a cavalo”, relatou a amiga da família. 

O caso agora segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), que vai buscar identificar os autores do crime e a motivação para o ato.

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