'A casa caiu'!: Polícia desarticula golpe imobiliário que lesou 180 vítimas e prende acusados (veja vídeo)
Um dos 3 presos é um homem com nada menos do que 119 passagens em delegacias. Prejuízo às vítimas chegam a R$ 3,6 milhões e entre elas, há moradores de Niterói e Itaboraí

Policiais civis da 4ª DP (Praça da República) realizaram, nesta segunda-feira (24), a ‘Operação Casa de Papel’, para desarticular um esquema de fraude imobiliária que fez mais de 180 vítimas no Rio de Janeiro, com prejuízos que somaram mais de R$ 3,6 milhões. Esses números podem ser ainda maiores. De acordo com as investigações, o grupo criminoso já havia aplicado golpes no Distrito Federal, São Paulo e Maranhão.
Os crimes eram cometidos no Centro do Rio, Leblon, Zona Norte, Baixada Fluminense, Niterói e Itaboraí por uma suposta financeira, que se apresenta como cooperativa habitacional. A ‘empresa’ foi estourada pelos agentes, que conduziram mais de dez pessoas para a delegacia, até agora, três delas foram presas em flagrante. Eles serão indiciados por ameaça e estelionato. As equipes continuam nas ruas, realizando mais diligências.
As investigações da Polícia Civil, que começaram a partir de denúncias, revelaram que o grupo criminoso simula um financiamento para compra da casa própria, com entradas a partir de R$ 10 mil. As vítimas começam a pagar e, quando pedem para ver a casa, os estelionatários apresentam, de forma dissimulada, um imóvel ‘disponível’. No entanto, na verdade, as residências apresentadas não estão à venda ou, se estão, não por meio da cooperativa. Em geral, o grupo pega imagens na Internet em sites de venda de imóveis que usam para enganar os clientes. Ainda segundo a polícia, quando a pessoa descobre que caiu em um golpe e tenta reaver o dinheiro, o grupo criminoso começa a cobrar multas por “quebra de contrato” e taxas que não existem para justificar a não devolução da quantia paga.
Nesta segunda-feira, quando os investigadores estouraram o escritório, que fica na Rua Sete de Setembro, no Centro do Rio, flagraram novos clientes assinando contratos e, enquanto as equipes estavam no local, mais de dez novas vítimas chegaram para também assinar contratos.
“Este caso chegou através de várias vítimas, que nos procuraram ao perceberem que tinham caído em um golpe. Iniciamos as investigações e conseguimos localizar mais de 180 pessoas que foram vitimadas, com prejuízos que somam cifras milionárias. Algumas dessas vítimas são pessoas humildes, que juntaram dinheiro por muitos anos para realizar o sonho da casa própria e perderam tudo”, disse a delegada Patrícia Aguiar.
O grupo utiliza as redes sociais e site na Internet para atrair novas vítimas. A ação desta segunda-feira foi apenas a primeira fase da investigação, que continuará em andamento.
As três pessoas pressão são Marcelo Jorge Pereira da Silva, que vai responder por associação criminosa, ameaça e tentativa de estelionato, Daywison John da Silva Merceira, respondendo por associação criminosa e tentativa de estelionato e a esposa de Daywison, Renata Cristina Moura Reis que responderá por associação criminosa e tentativa de estelionato.
Um dos presos que debocha das vítimas, mandando beijinho quando chega à DP, tem 119 passagens pela polícia, desde 2011. Entre elas incluem estelionato e associação criminosa, lesão corporal, ameaças, porte de arma, receptação culposa e comunicação falsa de crime. Uma das funções dele no grupo criminoso é treinar os funcionários para aplicar os golpes. No papel, consta como palestrante, na prática ele é o "professor do estelionato".