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'CV' mantém nome de país estrangeiro em 'proibidão' que reúne centenas de pessoas em SG (veja vídeo)

Evento, que tem até lona igual as de circo para proteger frequentadores, 'rola' solto nos fins de semana no Complexo da Alma, com direito a publicações nas redes sociais

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 12 de maio de 2021 - 19:45
Bandeira da Jamaica e lona semelhante as de circos são é usados pelos criminosos no Complexo da Alma
Bandeira da Jamaica e lona semelhante as de circos são é usados pelos criminosos no Complexo da Alma -

Tudo será como antes. A frase evidencia bem como ficou a situação nas comunidades situadas entre os Complexos da Alma, entre os bairros Almerinda e do Coelho, e do Jóquei, em São Gonçalo, após expulsão de traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), por criminosos do Comando Vermelho' (CV). Na semana retrasada, a 'nova administração' completou dois meses e uma das 'linhas de frente' da quadrilha é o 'proibidão' que tem atraído centenas de pessoas, nas noites de sábado, mesmo em tempos de pandemia provocada pelo coronavírus.

Para garantir a comodidade dos frequentadores, os organizadores montaram em uma das principais vias do Complexo da Alma, uma grande lona, de dimensões semelhantes às que protegem os espetáculos circenses. No último fim de semana, imagens do Baile da Jamaica, como é conhecido o tradicional evento 'proibidão' circularam nas redes sociais, mostrando o local lotado, com uma espécie de 'banner' que leva a bandeira daquele país do complexo de Ilhas do Caribe, acompanhando, aliás, uma velha 'tendência' dos traficantes de drogas em 'batizar', com nomes de países estrangeiros, essas festas, que contam com participações de DJ's e grupos de samba, no melhor estilo 'pagofunk'. 

O nome do baile, por si, já dimensiona o que ocorreu na sangrenta disputa pelo controle do 'negócio' que engloba, além da venda de drogas, a cobrança de 'taxas' para a exploração dos serviços de mototáxis e de locações de TV a cabo clandestina, conhecida como 'gatonet'. A retomada dos complexos da Alma e do Jóquei começou no fim de novembro do ano passado, com a formação de uma espécie de 'consórcio' entre quadrilhas dos complexos do Salgueiro, do Jardim Catarina, do Anaia e outras de algumas outras comunidades menores de SG, lideradas por Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó, apontado pela polícia como a maior  liderança do SG em São Gonçalo. O grupo contou com apoio de grupos de traficantes da facção que atuam em estados do Nordeste, conhecidos como 'Bonde do Lampião'. 

Pulo - O que teria facilitado a conquista do CV foi o 'pulo' coletivo de quatro apoiadores dos traficantes André Luiz dos Santos Affonso, o Pai, e seu 'braço-direito, Douglas Vieira da Silva, o Pochete, do TCP em apoio aos rivais. Esses dissidentes, da facção Amigos dos Amigos (ADA), liderados por um traficante identificado como L.O, teriam recebido ordens de lideranças mais antigas, encarceradas em presídios, para se juntar aos 'vermelhos' e dar apoio à manutenção nas 'bocas-de-fumo' nessas comunidades do Bairro Almerinda, Coelho e Jóquei. 

Dois procedimentos teriam sido determinantes para Pai perder o apoio dos aliados: a ausência nas comunidades de SG por longos períodos e o fato de ter autorizado, em comum acordo com seus parceiros no Complexo da Maré, na Zona Portuária da capital, a cobrança de uma 'taxa' no valor de R$ 50 mensais de moradores, prática comum entre criminosos ligados a milícias, para aumentar os lucros de sua quadrilha e repassar também o faturamento para os criminosos do Rio.  

Mas enquanto o CV comemora, as antigas lideranças do Complexo da Alma estariam tentando apoio e investimentos por parte de Thiago Folly, o TH, que seria atualmente, a maior liderança do TCP no Estado, com domínio em doze comunidades do Complexo da Maré. Com mandados de prisão em aberto por homicídios e tráfico de drogas, Pai é oriundo daquelas comunidades na capital, onde tem familiares. Seu nome e o de TH constam em inquéritos na 21ªDP (Bonsucesso) e na Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) da Polícia Civil do Rio. 

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