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Indignação: projeto de armamento da Guarda Municipal em São Gonçalo não sai do papel

Parte dos agentes também reivindica armamento para todo o efetivo e não somente 50 como consta do projeto

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 18 de fevereiro de 2021 - 20:35
Imagem ilustrativa da imagem Indignação: projeto de armamento da Guarda Municipal em São Gonçalo não sai do papel

Em setembro de 2018, a Câmara de Vereadores de São Gonçalo aprovou o plano de armamento da Guarda Municipal da região. Com 21 votos a favor e um negativo, São Gonçalo seria um dos poucos municípios do estado que deixaria os sprays de pimenta para trás e investiria na compra de armas letais para agentes públicos. Após dois anos e cinco meses, no entanto, o projeto ainda não saiu do papel. Apesar de a prefeitura de São Gonçalo ter informado, à época, que apenas 50 agentes da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) receberiam o armamento, outros guardas municipais não concordam com a proposta, já que acham que todos deveriam receber o armamento.

Mesmo com o projeto já tendo sido legitimado no Supremo Tribunal Federal (STF), guardas municipais não são vistos com as armas letais pelas ruas da região. O projeto continua sem execução prática. 

Segundo informações de agentes da guarda municipal que preferiram permanecer anônimos, a prefeitura deseja armar cerca de 50 guardas, mas isso não é o que a maioria dos agentes deseja. “Ou arma a todos ou não arma nenhum”, contou a fonte. 

A  preocupação dos guardas com o armamento no município reflete também nos salários deles e no risco de vida.

“A nossa realidade é mais cruel do que o governo pinta. Infelizmente. O que o agente da segurança municipal quer é que tenha o plano de cargos e salários justo e não a covardia de armar a guarda sem uma segurança posterior às consequências desse ato.  Se um guarda se ferir, perde metade do salário ou mais. A arma só para uns, irá deixar todo grupamento em alvo e risco”, contou a fonte. 

Vale lembrar que para os guardas receberem as armas eles terão que passar por exames psicológicos e instruções de tiros, dentro outros procedimentos. Atualmente, os agentes continuam usando sprays de pimenta e teasers.

Barricadas em São Gonçalo

Outra proposta que continua apenas no papel é a da retirada das barricadas nos bairros de São Gonçalo. Durante sua campanha eleitoral em 2020, o atual prefeito eleito de São Gonçalo, o Capitão Nelson (Avante), prometeu que, no poder, investiria na segurança pública. Uma das propostas dele incluía a retirada barricadas dos bairros em São Gonçalo. Até o momento, no entanto, nenhum projeto foi implementado na prática para alcançar esse objetivos.

As barricadas ainda são vistas em locais como Jardim Catarina, Laranjal, Amendoeira, Pacheco, Guaxindiba e Sacramento. Inclusive, foram nessas zonas eleitorais destas comunidades que Nelson garantiu seu sucesso nas urnas e sua vitória perante Dimas Gadelha, seu concorrente no segundo turno das eleições municipais. O Capitão se tornou prefeito com cerca de 5 mil votos a mais do que seu concorrente.

As barricadas no município são o sinônimo do tráfico e do poder das facções criminosas nos bairros de São Gonçalo.

Em nota, a Prefeitura Municipal de São Gonçalo, através da Secretaria de Ordem Pública, falou sobre os dois temas e informou que "o Plano Municipal de Segurança Pública de São Gonçalo está em fase final de elaboração, dentro do plano de metas de cem dias apresentado pela atual gestão. Todas as ações estão sendo cuidadosamente planejadas, já que envolvem a participação de outras forças de segurança, estaduais e federais, e irão incluir estratégias integradas entre as secretarias."

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