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Covid-19: pico de mortes diárias pode chegar a 5 mil entre abril e maio, indica pesquisa da UFF

A projeção tem base na sazonalidade da doença.

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de março de 2021 - 11:39
Imagem ilustrativa da imagem Covid-19: pico de mortes diárias pode chegar a 5 mil entre abril e maio, indica pesquisa da UFF

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) aponta que o Brasil pode chegar a um pico de cinco mil mortes por Covid-19 num único dia entre abril e início de maio. A projeção é do professor do Departamento de Estatística Márcio Watanabe com base na sazonalidade da doença.

De acordo com Watanabe, doenças respiratórias, como a Covid-19 e a gripe, acontecem mais durante o outono e inverno por uma série de fatores. Entre eles, está uma baixa de imunidade natural no corpo humano durante esse período, mudanças de comportamento humano e até o fato de ficar mais tempo em ambientes fechados.

Segundo o estudo, há evidências de que a sazonalidade afeta a transmissão da Covid-19 e que, por isso, a tendência é a de que as contaminações cresçam de março a maio em países do hemisfério sul, em particular no Brasil, e também em locais que seguem padrões sazonais semelhantes ao nosso, como Índia e Bangladesh:

"Aqui, o pico de óbitos será provavelmente em abril ou início de maio, com um valor estimado de até cinco mil óbitos diários. O valor real do pico dependerá da velocidade da vacinação nos próximos meses e das medidas de distanciamento adotadas." alerta Watanabe.

Segundo ele, o Brasil vê um aumento de casos desde o fim do ano passado por conta do relaxamento das medidas de distanciamento social. No entanto a contaminação no começo do outono é ainda maior, justamente por conta da sazonalidade.

"Outros países do hemisfério Sul já estão experimentando um aumento de casos recentemente, como Colômbia, Argentina, Uruguai e até o Chile, mesmo com a vacinação avançada." diz o pesquisador.

Enquanto isso, territórios do hemisfério norte, como Estados Unidos e nações europeias, devem passar por uma menor tendência de aumento. Márcio Watanabe afirma ainda que para evitar o pico de casos é preciso intensificar a vacinação e medidas de distanciamento social.

Essa identificação da sazonalidade da doença é fundamental para um correto planejamento das ações do poder público, que já poderia ter se antecipado ao aumento de hospitalizações e óbitos que têm ocorrido neste mês.

As perspectivas, de acordo com Watanabe, são de que, a partir de 2022, a Covid-19 deve seguir de forma mais clara o mesmo padrão da gripe e de outras enfermidades respiratórias, com um aumento de casos e óbitos de março a junho e uma diminuição em outras épocas do ano.

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