Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,1957 | Euro R$ 5,5298
Search

Muito além de um ponto fotográfico: a alma viva e versátil da ponte de Boa Viagem

Passarela liga Niterói a ilha de Boa Viagem e ganhou novas utilidades com o passar dos anos

relogio min de leitura | Escrito por Clarice Viana | 22 de novembro de 2023 - 12:09
Imagem ilustrativa da imagem Muito além de um ponto fotográfico: a alma viva e versátil da ponte de Boa Viagem

No bairro de Boa Viagem, em cima da praia de mesmo nome, uma construção de concreto liga a cidade de Niterói à Ilha de Boa Viagem. Pintada de branco, com pilastras altas e um caminho para uma ilha histórica tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a passarela de Boa Viagem se tornou um destino carimbado na visita de turistas a cidade, mas a ponte é bem mais que um fio conector à ilha.
Com uma vista para a Baía de Guanabara, para o MAC e para a Ilha de Boa Viagem, a ponte de Boa Viagem se tornou um lugar marcado na lista de lugares instagramáveis de Niterói. Fazer uma boa foto com uma paisagem de fundo espetacular nela é fácil, mas, com o tempo, a passarela se tornou algo muito além de um cartão postal niteroiense, e hoje, ela é um ponto importante para aqueles que praticam rapel, highline, e tecido acrobático.

Niterói tem programas de incentivo à prática de esportes na praia, como futevôlei, vôlei de praia, beach tennis, entre outros. Mas, na contramão dos esportes em contato com a areia, outras modalidades de exercício físico surgem na cidade-sorriso, e usam da sustentação da ponte de Boa Viagem para exercer a prática. É o caso do tecido acrobático, modalidade da qual a professora Rosa Caitanya oferece aulas em Boa Viagem. Moradora de Niterói há 20 anos, ela acredita que, dentro da região das praias da Baía de Guanabara, o lugar é um dos mais bonitos e diferentes.
Antes de ser professora, ela fazia parte de um grupo que tinha aulas de tecido acrobático, uma prática circense, no mesmo local. “A gente pendura o tecido na estrutura da parte superior da ponte e ele fica todo esticado. Nós subimos da parte de baixo, da areia, mas não chegamos a subir na ponte.” A professora conta que a prática do tecido acrobático já acontece há cinco anos, e, a cada ano, todas as atividades praticadas na ponte crescem.

Um lugar que liga Niterói a história do Rio de Janeiro e do Brasil

As obras de restauração da Ilha de Boa Viagem terminaram este ano, após dois anos de revitalização. O investimento no processo foi de R$ 5,5 milhões, e as restaurações foram feitas no forte de Boa Viagem, na Capela de Boa Viagem e no castelo. Recentemente, a ilha foi aberta para visitação, que pode ser feita às terças, quintas e sextas-feiras, nos horários das 10h e 14h; e aos sábados e domingos, com visitas nos horários de 9h30, 11h30, 13h e 15h. Para Rosa Caitanya, o aumento da prática de atividades físicas na ponte de Boa Viagem influenciou no término da revitalização da ponte e da ilha de Boa Viagem.

Imagem ilustrativa da imagem Muito além de um ponto fotográfico: a alma viva e versátil da ponte de Boa Viagem


A Ilha de Boa Viagem é tombada como Patrimônio Histórico Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e traz consigo uma parte importante da história de Niterói. O primeiro registro da ilha é datado em 1615, pelo holandês Dierick Ruiters. Na época, a ilha representava um lugar seguro para os navegantes.
O local possui uma igreja, a Capela de Boa Viagem, em homenagem à Nossa Senhora de Boa Viagem, e na época que foi construída, era decorada com muitas oferendas de marujos e fiéis, tamanha a apreciação dos visitantes e moradores pela ilha.
Por muito tempo, a igreja não tinha fins apenas religiosos, e também era um local estratégico para lidar com as guerras do período, até que uma nova construção surgiu na ilha: O Fortim de Boa Viagem. A data da sua construção não é certa, mas estima-se que ela foi construída no período da Segunda Guerra Mundial.
Além de tudo, a ponte de Boa Viagem é um dos pontos turísticos que foi pouco alterado durante os anos, trazendo consigo a história da cidade-sorriso. É o que conta Rachel Aguiar, professora da UFRJ. “É uma paisagem que não sofreu alteração pelas mudanças climáticas. Tem algumas diferenças, mas é um lugar que ficou parado no tempo”, relata.

Além de histórica, uma paisagem instagramável

Imagem ilustrativa da imagem Muito além de um ponto fotográfico: a alma viva e versátil da ponte de Boa Viagem



Por ser próxima do MAC e da Baía de Guanabara, não faltam ângulos para uma boa foto na ponte. A visão privilegiada da Baía e do Rio de Janeiro fazem com que a ponte de Boa Viagem seja um dos lugares mais queridos por moradores da cidade e turistas quando o assunto é um bom registro fotográfico.
Ao tirar a foto, se estiver com um amigo, você pode pedir para que ele se afaste o suficiente para enquadrar a ilha de Boa Viagem ao fundo da foto, mas incluindo a ponte. É muito importante usar todos os elementos dessa paisagem linda a seu favor.
Um outro conselho é observar os ângulos na hora da foto. Pela localização privilegiada, a ponte de Boa Viagem tem diversas opções de plano de fundo, com vista até para o Rio de Janeiro.
Se, no momento da foto, você ficar de costas para a Ilha de Boa Viagem, sua fotografia terá esse lugar histórico como plano de fundo. Se você virar para o lado esquerdo da ponte, o MAC e a praia de Boa Viagem aparecerão na composição da foto. Agora, se virar para o lado direito, terá a pedra de Boa Viagem. "As possibilidades para um bom registro são infinitas", acrescenta Rachel Aguiar.

Imagem ilustrativa da imagem Muito além de um ponto fotográfico: a alma viva e versátil da ponte de Boa Viagem

Uma outra dica é prestar atenção na linha do horizonte, para que a sua fotografia não saia "torta".
“Aqui você encontra história e uma vista bonita das montanhas e pedras de Niterói e do Rio de Janeiro, então o cenário sai bonito em qualquer foto. Acho que aqui é um lugar único para isso”, finaliza a professora.


Autor: Filipe Aguiar | Descrição:

Matérias Relacionadas