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Skatepark Carlos Alberto Parizzi traz visual esportivo e jovial para a orla de São Francisco

Pista foi inaugurada em 2015 e se tornou 'point' dos skatistas na Região Metropolitana

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 22 de novembro de 2023 - 10:00
Imagem ilustrativa da imagem Skatepark Carlos Alberto Parizzi traz visual esportivo e jovial para a orla de São Francisco

Não é de hoje que as ruas e orlas da Região Oceânica de Niterói servem de palco para que atletas amadores e jovens apaixonados por esporte experimentem as modalidades que combinam com a brisa fresca natural a uma área litorânea. Foi por lá que muitos entusiastas do remo, da vela, do surfe e de modalidades mais recentes, como o slackline e o beach tennis, começaram seu contato com a prática esportiva. Foi também nessa região que a cidade recebeu seu primeiro espaço dedicado a um esporte que não precisa do clima de praia, mas tem suas origens no mesmo universo das modalidades praieiras: o skateboarding.

Imagem ilustrativa da imagem Skatepark Carlos Alberto Parizzi traz visual esportivo e jovial para a orla de São Francisco

É no início da orla de São Francisco, às margens do calçadão e da praia, que foi inaugurada, em janeiro de 2015, a primeira pista de skate oficial de Niterói, o skatepark Carlos Alberto Parizzi. Desde então, virou o point dos atletas mais jovens e dos de longa data, consolidando a tradição esportiva da cidade e atendendo a uma velha demanda da comunidade local. O produtor cultural e fotógrafo Thalisson Oliveira, de 29 anos, conta que os skatistas da cidade e arredores já pediam por um espaço do tipo há muito tempo.

“Niterói sempre teve uma galera que curte [skate]. Desde que eu vim para cá, tem uma galera que anda.. Só que, antes, a galera que andava de skate aqui mesmo tinha que ir para o campo de São Bento ou para a Ary Parreiras, onde a galera gostava de descer aquelas rampinhas”, narra o cearense, que se mudou para o Rio de Janeiro no início dos anos 2000 e ‘entrou’ no universo da modalidade através da comunidade de entusiastas do esporte em Niterói.

A comunidade já existia há um bom tempo, como boa parte dos grupos de skatistas do estado. O Rio foi um dos primeiros ‘points’ dos skatistas, logo depois de sua popularização nos Estados Unidos, onde nasceu, nos anos 1960. Quatro décadas antes da pista de São Francisco, em 1974, o estado já tinha uma pista de skate — a primeira da América Latina, localizada na Praça Ricardo Xavier da Silveira, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

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Mesmo com o pioneirismo, o avanço das políticas públicas voltadas para o público skatista não teve a mesma velocidade dos streets e longboards que os atletas conduzem. Fora da baixada e da capital, os municípios da Região Metropolitana passaram longas décadas apenas com as pistas improvisadas e tiveram que esperar até 2015 para ter um skatepark para chamar de seu. A chegada do espaço era tão aguardada que foi celebrada com uma ‘skateata’, na época.

O espaço tem cerca de 2.500 m2 e conta com um skate plaza, bowl, funbox e algumas escadas e corrimões que simulam o estilo street. Para nomear a pista, foi escolhido um dos nomes mais reconhecidos no cenário esportivo da cidade: o de Carlos Alberto Parizzi, que não chegou a ver o skatepark pronto, mas participou dos bastidores de sua criação. Conhecido pelo apelido “O Polêmico”, Parizzi foi comentarista esportivo e subsecretário de Esportes na cidade. Antes de morrer em 2014, aos 62 anos, ele foi um dos idealizadores do espaço para skatistas, ainda durante seu trabalho na gestão.

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Hoje, gerações de skatistas que Parizzi sequer conheceu também celebram o local fazendo o que mais gostam: levando seus equipamentos para fazer suas sessions na pista. Um dos tantos representantes dessa comunidade mais jovem que passa horas na pista é o estudante Lucas Nunes, de 14 anos. Morador de Itaipu, ele era criança quando o skatepark foi inaugurado e lembra de ter ido lá uma ou outra vez para brincar, anos antes de se apaixonar pelo esporte. Aos 11, começou a praticar e não parou mais.

“Eu acho que a importância de ter um espaço desses aqui é que faz com que a gente possa se unir. Todo mundo aqui é unido, todos se conhecem. Através do skate e da pista, a gente cria novos círculos de amizade como nunca tivemos na vida. Quando vim para cá, conheci pessoas com outras realidades, bem diferentes da minha, e vi que isso não muda nada. Aqui todo mundo é igual e todo mundo se entende. É uma parada que só quem anda, entende”, explica o adolescente.

Ele é um dos muitos rostos jovens que ‘conheceu’ o esporte lá na Praça. Com as medalhas conquistadas por Rayssa Leal para o Brasil nas últimas Olimpíadas, em Tóquio, esses rostos têm se multiplicado. “A abrangência geral [do skateboarding] no Brasil mudou muito nos últimos anos. [O esporte] foi ganhando uma visibilidade bem maior. O skatepark ajuda nisso”, acredita o ‘veterano’ Thalisson.

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Mas, os atletas não escondem que o espaço tem seus problemas. “Sempre tem o que melhorar. Todo processo de evolução de um esporte acontece aos poucos. Aqui mesmo na pista de Niterói, por melhor que seja, tem alguns problemas. Um deles são esses coquinhos que caem da árvore aqui do lado, eles são perigosos. Caem no chão, podem travar uma rodinha, fazer alguém cair. Mas é assim mesmo; como tudo na vida, é sempre melhorando, galgando para chegar no topo”, relata, otimista, o skatista.

Dicas de fotos

Além de um ótimo espaço para lazer e prática esportiva, a pista também funciona como uma boa paisagem para fotos. A vista da praia e da Baía de Guanabara ao fundo já seriam naturalmente um cenário perfeito para o feed do Instagram. Com o desenho da pista e as cores fortes do grafite na parede lateral, o visual passa a combinar ainda mais.

Quem consegue mandar umas manobras ou pelo menos fingir alguma habilidade em cima do skate, pode pedir a ajuda de algum amigo para fazer fotos praticando o esporte. Nesse caso, o ideal é explorar bem os ângulos, usar a câmera do celular de baixo pra cima sem zoom para registrar bem o estilo e a engenhosidade das manobras.

Para os que, como o autor desta reportagem, não conseguem sequer fingir a pose de skatista, o jeito é ir para a pista street e se apoiar em alguma rampa ou corrimão para enquadrar um bom retrato para as redes. Com a grande angular da câmera do celular, a dica é usar uma garrafa d’água ou algum outro objeto para apoiar o smartphone no chão, programar a câmera e fazer a pose.

Serviço

Skate Park São Francisco

Praia de São Francisco, s/nº - São Francisco, Niterói

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