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Eduardo Paes vence eleição no Rio e se torna prefeito da cidade pela terceira vez

Apesar da intensa campanha do atual prefeito, ele recebeu pouco mais de 35% dos votos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de novembro de 2020 - 20:05
Paes governou a cidade do Rio entre 2008 e 2016
Paes governou a cidade do Rio entre 2008 e 2016 -

Após campanhas marcadas por acusações e debates acalorados, os cariocas foram às urnas neste domingo ensolarado para escolher o novo prefeito do Rio e o escolhido para o cargo foi Eduardo Paes, com 64,07% dos votos. Tentando a reeleição com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Crivella recebeu 35,93% votos válidos, tendo que deixar o cargo após quatro anos. Paes volta a governar a cidade do Rio pela 3ª vez.

Grande parte do resultado se deu por conta do "apoio crítico" que candidatos que perderam no primeiro turno deram a Eduardo Paes, além dos votantes que fizeram questão de lembrar que votaram nele apenas para evitar uma possível reeleição de Crivella. No primeiro turno, Eduardo Paes, do partido Democratas, recebeu 37,01% dos votos válidos (974.804 votos) enquanto seu adversário conseguiu 21,90% (576.825 votos).

Paes agora tem quatro anos para colocar em prática suas propostas de ajuste fiscal, reformulação do projeto das UPPs, desenvolvimento de estratégias de mobilidade urbana, a criação de programas como o "Cegonha Fluminense", o "Ensino Médio do Amanhã" e o Cartão Fluminense, além de outras propostas nas áreas de esporte, lazer e direitos humanos. Porém, desta vez terá de lidar com uma cidade que tem recebido pouco investimento e vive uma crise de saúde e segurança pública. 

Perfil e trajetória de Eduardo Paes

Nascido em 14 de novembro de 1969, Eduardo Paes começou a carreira na política aos 23 anos de idade quando atuou como subprefeito de Jacarepaguá no governo César Maia. Foi eleito vereador pelo Partido Frente Liberal em 1996 com a maior votação para o cargo, com 82.418 votos. Dois anos depois, em 1998, foi eleito deputado federal com 117.164 votos. Trocou de partido, seguindo para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1999, mas retornou para o Partido da Frente Liberal em 2001. Foi reeleito deputado federal em 2002 com 186.221 votos em 2002 e um ano depois migrou para o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

Eduardo Paes se candidatou ao cargo de governador do Rio em 2006, mas conquistou pouco mais de 5% dos votos. Declarou então apoio a Sérgio Cabral que ganhou no segundo turno e o indicou para a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. O então governador o convidou a mudar de partido novamente. Assim, em 2007, ele deixa o PSDB e filia-se ao PMDB para concorrer pela primeira vez ao cargo de prefeito do Rio em 2008.

A primeira eleição de Eduardo Paes para o cargo de prefeito foi uma disputa acirrada, voto a voto, com o o candidato do Partido Verde (PV), Fernando Gabeira. Paes acabou levando a melhor no segundo turno com 50,8% dos votos válidos, contra 49,1% dos votos para Gabeira - uma diferença de pouco mais de 55 mil votos. Em 2012, tentou a reeleição e a conquistou logo no primeiro turno com 64% dos votos.

Sua segunda gestão foi marcada pelas mudanças na cidade para acomodar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. As intensas mudanças na cidade e suas campanhas de reeleição também se tornaram uma dor de cabeça para Paes. De 2008 até este ano foram abertos inquéritos para investigar o então prefeito por crimes de caixa dois. Grande parte das acusações envolviam o prefeito em um esquema com empreiteiras para que vencessem contratos futuros na capital, principalmente relacionados ao jogos olímpicos em troca de propina e dinheiro de caixa 2 para suas campanhas.

Em setembro deste ano, Eduardo Paes se tornou réu na Justiça Eleitoral pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral. Segundo a denúncia, Paes teria recebido R$ 10,8 milhões de vantagens indevidas, via caixa 2, para sua campanha para ser reeleito como prefeito do Rio em 2012. Por não ter sido condenado em segunda instância, Paes, que teve sua candidatura oficializada pelo DEM no dia 2 de setembro, não se tornou inelegível.

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