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Vice-líder do governo Bolsonaro esconde R$ 30 mil na cueca

Em sua casa, o vice-líder tinha R$100 mil

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 15 de outubro de 2020 - 10:02
Ele foi alvo da Operação Desvid-19
Ele foi alvo da Operação Desvid-19 -

O vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), foi um dos alvos da Operação Desvid-19 da Polícia Federal, que buscava investigar supostos desvios de dinheiro público destinados ao combate do coronavírus, vindos de emendas parlamentares, na última quarta-feira (14), em Boa Vista. No entanto, durante a abordagem policial, foi descoberto que o vice-líder do governo escondeu cerca de R$ 30 mil em sua cueca. Chico Rodrigues teria ainda, em sua casa, um valor que somado daria R$ 100 mil. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

A investigação do caso ocorreu sob sigilo. Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão contra Chico Rodrigues, os mesmos foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. A operação busca identificar irregularidades em contratos que utilizam o dinheiro público. A investigação aponta que o caso gerou um sobrepreço de quase R$ 1 milhão.

A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que a operação pura o "desvio de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações". As supostas irregularidades, segundo ainda a CGU, estão em contratações da Secretaria de Estado da Saúde. O caso envolve, ao todo, o desvio de R$ 20 milhões que deveriam ser usados na luta contra o coronavírus no país.

A operação e a descoberta do dinheiro escondido com Chico Rodrigues pode trazer consequências sérias ao vice-líder do Senado. Isso porque, segundo informações do jornal Estado de S. Paulo, Rodrigues deve deixar o seu cargo, já que ele influencia negativamente a imagem do presidente Bolsonaro que havia afirmando recentemente que daria uma "voadora no pescoço" de quem estivesse envolvido com corrupção. Anteriormente, o presidente ainda teria falado que a corrupção em seu governo teria acabado, por causa do fim da Lava Jato.

Chico Rodrigues é o responsável por empregabilizar Leo Índio, que é primo dos filhos de Bolsonaro e é próximo ao vereador Carlos Bolsonaro, tendo, assim, livre transição no Palácio do Planalto. No gabinete de Rodrigues, Índio é assessor parlamentar.

Rodrigues se posicionou sobre o caso por meio de uma nota à imprensa e anunciou que é dono de "um passado limpo e uma vida decente". Ele disse também que nunca se envolveu com polêmicas. "Acredito na justiça dos homens e na justiça divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima. A Polícia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao Covid-19 para a saúde do Estado", afirmou ele. 

O vice-líder do Senado ainda contou que está na política há 30 anos e que conheceu "muita gente mal intencionada" que pretendia manchar a sua imagem. "Ainda mais em um período eleitoral conturbado como está sendo o pleito em nossa capital", afirmou o comunicado dele.

Luís Roberto Barroso, do STF, já havia feito uma menção ao caso de Rodrigues no julgamento do traficante André do Rap. Na ocasião, no entanto, este não citou o nome de nenhum acusado, mas disse que havia uma operação em andamento que envolvia uma autoridade do Supremo. "Desviar dinheiro da saúde em plena pandemia é mais do que corrupção e chega bem próximo do assassinato. Devemos ter em conta que isso não é aceitável. Precisamos continuar no esforço de desnaturalização das coisas erradas no Brasil", afirmou Luís Roberto Barroso.

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