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Secretário de Saúde admite que autorizou contrato com OS suspeita

Organização Social é acusada de desviar R$ 9 milhões do Estado do Rio

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de julho de 2020 - 19:00
Imagem ilustrativa da imagem Secretário de Saúde admite que autorizou contrato com OS suspeita

O secretário de Estado de Saúde do Rio Alex Bousquet admitiu, hoje, em audiência da Comissão do Covid da Alerj, que autorizou a pasta a firmar contrato com a OS Instituto Lagos Rio, acusada, um mês antes da contratação, de desviar R$ 9 milhões dos cofres do estado do Rio. Na reunião, Bousquet informou que deve anunciar, ainda esta semana, o encerramento definitivo do projeto de hospitais de campanha, marcado por graves denúncias de corrupção e que levou seu antecessor, Edmar Santos, para a cadeia. O deputado Renan Ferreirinha (PSB), relator da comissão, criticou a decisão de Bousquet sobre o Instituto Lagos Rio.


- Aceitar fazer contrato com uma OS acusada de desviar R$ 9 milhões dos cofres públicos e que tem diretores presos por corrupção é completamente imoral. O Estado do Rio continua sendo sacudido pelo furacão da corrupção. É inadmissível essa OS ganhar mais um contrato com o estado sem seleção, mesmo com todas as acusações e investigações em curso do Ministério Público do Rio. A decisão do secretário e da secretaria em geral é lamentável - afirma o deputado Renan Ferreirinha.


O secretário Alex Bousquet reconheceu que as acusações do MP contra o Instituto Lagos Rio são graves, mas que não havia nada legalmente que os impedissem de fazer o contrato emergencial. No mês passado, o Instituto dos Lagos Rio foi o alvo principal da Operação Pagão, do MP do Rio, por ser suspeita de desviar R$ 9,1 milhões dos cofres do estado. Ainda assim, semana passada, a OS foi escolhida sem concorrência para gerir um contrato de R$ 14,3 milhões referente à UPA estadual Nova Iguaçu 1. De acordo com Bousquet, ele decidiu autorizar o contrato para que não houvesse descontinuidade do serviço e que o fato de a OS ter um diretor preso não é suficiente para desqualificá-la. Mas que, de todo modo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está revendo todos os critérios de qualificação e desqualificação das organizações.


Bousquet, que está no cargo há cerca de um mês, diz que provavelmente o fechamento definitivo dos hospitais de campanha de São Gonçalo e Maracanã e o fim das obras nas unidades de Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Nova Friburgo serão anunciados nesta semana. Em junho, quando assumiu a SES, o médico já tinha afirmado que o governo não terminaria as obras das unidades de Casimiro de Abreu e Campos dos Goytacazes. E, naquela oportunidade, disse que não fecharia os hospitais que já estavam aberto. Em um mês tudo mudou. Segundo Bousquet, a queda da curva de contaminação justifica o provável encerramento dos hospitais de campanha.


- É um governo marcado por graves contradições, falta de planejamento e escândalos de corrupção. Fizeram os hospitais de campanha sem planejamento técnico nenhum e deu no que deu: esquemas escusos com dinheiro público, hospitais inacabados e quase 13 mil mortos por covid. Agora, depois de já terem pagos R$ 256 milhões - lembrando que o contrato total é de R$ 770 milhões -, vão fechar as unidades sem deixar nenhum legado à população. O governo Witzel falhou miseravelmente na condução técnica e ética no momento mais difícil da história do Rio - afirma Ferreirinha.


O secretário Alex Bousquet se comprometeu em responder, em sete dias, às perguntas feitas à SES semanas atrás e que não foram respondidas, como o custo de cada hospital de campanha e o detalhamento do que foi gasto em cada unidade.

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