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Comissão da Alerj fecha o cerco contra OS beneficiada por Witzel (veja vídeo)

Deputados questionaram o diretor da Unir Saúde, Marcus Velhote de Oliveira

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de julho de 2020 - 21:00
 Marcus Velhote de Oliveira
Marcus Velhote de Oliveira -

A Comissão do Covid, da Alerj, decidiu aprofundar a investigação contra a OS Instituto Unir Saúde, após depoimento do diretor-executivo da organização, Marcus Velhote de Oliveira, nesta segunda-feira (20). A Unir Saúde, que teria como sócios ocultos os empresários Mário Peixoto e Luiz Roberto Martins, ambos presos por suspeita de corrupção, foi beneficiada diretamente pelo governador Witzel. Em março de 2020, Witzel revogou a medida que impedia a Unir de prestar serviço ao governo e, para isso, contrariou dois pareceres técnicos. Durante a oitiva, Velhote repetiu diversas vezes que não lembrava ou não sabia responder às perguntas dos parlamentares e apontou o diretor financeiro da Unir Luiz Cláudio Costa como responsável pela OS e pelos contratos com o governo do Rio.

-  O diretor Marcus Velhote foi muito evasivo, fugiu das perguntas. Ele é diretor-executivo, mas não sabe quem são os donos da OS, nem quem faz parte do conselho e nem como foi feito o processo de requalificação da Unir, uma medida que levaria milhões de reais aos cofres da OS. Como pode não saber? É muito estranho. É inconcebível que um diretor-executivo de uma OS não saiba tantas informações sobre a organização na qual trabalha. Logo ele, que assinava os contratos, com volume grande de recursos... Vamos continuar investigando e indo atrás dos responsáveis - afirma o deputado Renan Ferreirinha, relator da Comissão do Covid, da Alerj.

Entre 2018 e 2019, a Unir Saúde foi responsável pela gestão de 8 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no estado do Rio. Entre 2012, quando firmou seu primeiro contrato com o governo do Rio, e ano passado, a OS recebeu R$ 180 milhões dos cofres estaduais. Após várias falhas na administração das unidades, acabou desqualificada, ou seja, considerada inapta a prestar serviço para o governo. Inclusive, auditorias realizadas pelo TCE, ano passado, encontraram 52 irregularidades na gestão das 8 UPAs sob comando da Unir. No entanto, do dia 23 de março, durante a pandemia, o governo Wilson Witzel revogou a desqualificação, apesar de ter em mãos dois pareceres jurídicos recomendando que a Unir não prestasse serviço para o estado. 

Nas três horas de audiência da Alerj, o diretor-executivo da Unir se esquivou da maior parte das perguntas e não soube explicar como se deu a requalificação da Unir, alegando que estava de “quarentena” no período. Sobre a desqualificação, ele culpou o governo do Rio, que, em vez de repassar R$ 1,2 milhão por mês, como determinava o contrato, só enviava R$ 1 milhão. Segundo ele, por este motivo, a OS não teria conseguido fazer a manutenção das unidades e elas acabaram se deteriorando.

Após a oitiva desta segunda-feira, a Comissão de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus, a chamada Comissão do Covid, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), decidiu que irá ouvir todas as pessoas ligadas à direção da Unir Saúde: Bruno Koppe, diretor médico que doou R$ 75 mil para campanha do Witzel, Luiz Cláudio Costa (diretor financeiro), Ana Cristina Costa, Maurício Rodrigues, José Luiz Rodrigues e Lisle Raquel Carvalho. Além deles, a Comissão do Covid também vai ouvir Ramon Neves, subsecretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro. Ele é amigo de Witzel e teria contado ao governador que havia suspeitas de corrupção da Secretaria de Estado de Saúde. A comissão quer saber como foi esta conversa.

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