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Pré-candidato a prefeito em SG, Sales, ganha apoio de bolsonaristas

Escolha de vice na chapa será indicada por Salema e Poubel

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 19 de maio de 2020 - 23:25
Imagem ilustrativa da imagem Pré-candidato a prefeito em SG, Sales, ganha apoio de bolsonaristas

Por Rennan Rebello

Conforme O SÃO GONÇALO vem antecipando aos seus leitores, a ala bolsonarista vinha flertando com o ex-deputado federal Roberto Sales (PSD), que buscava este apoio para sua pré-candidatura a prefeito de São Gonçalo. Esta aliança foi consumada na noite de hoje (19), em reunião que contou com a presença dos deputados estaduais Filippe Poubel (PSL) e Coronel Salema, ainda sem partido, já que neste encontro confirmou que irá se filiar a legenda de Sales na próxima quinta-feira (21), às 16h, na Rua da Quintada, no Centro do Rio. Evento contará com a presença de um dos líderes do partido, o senador Arolde de Oliveira, que foi um dos principais fiadores desta articulação que envolveu o seu colega de Senado Federal, Flavio Bolsonaro (Republicanos), que aprovou esta união.

No acordo político que foi estabelecido ficou acordado de que o nome do vice-prefeito para compor a chapa será indicação de Salema e Poubel. Neste prisma, os seguintes nomes foram cogitados: Leandro Sirqueira (chefe de gabinete de Salema na Alerj), Glauber Poubel (policial militar e irmão de Filippe) e Dr.Isaac (do PTC). Porém, não há nenhum nome definido na pauta. 

"Conversamos com Salema e Poubel  para falarmos de projetos em comum em prol do nosso município. Concordamos que eles indicarão o vice na nossa chapa. Por enquanto, foram cogitados os nomes do Dr.Isaac, Sirqueira e  Poubel. Mas ainda vamos ver isso. Eu estou muito feliz com este apoio para a nossa pré-candidatura", disse Sales, ex-pastor da Igreja Universal, ao OSG.

Salema também conversou com a reportagem do portal osaogoncalo.com.br e dissertou sobre a expectativa de atuação nesta chapa e em sua futura agremiação política. "Namoramos, noivamos e agora casamos. Irei me filiar ao PSD que é um partido leve e sem grandes problemas. Além disso, tenho muita admiração pelo senador Arolde, tenho até um livro dele autografado, e  ele também tem gratidão à família Bolsonaro. Esta união era que São Gonçalo precisava pois a cidade está o mais do mesmo. Portanto, vamos movimentar e levantar a bandeira da família, da igreja evangélica, do conservadorismo e evidentemente, da Segurança Pública, que é um tema que é muito caro para mim e ao Poubel", finalizou.

Xadrez - Neste cenário, São Gonçalo, que havia 13 pré-candidatos, contando com Filippe Poubel, agora passa a contar com 12. Já que Poubel ainda bancava seu nome como pré-candidato pelo PSL, partido do qual tenta ser expulso, e já definiu o nome do vice-prefeito Ricardo Pericar como nome para disputar as eleições pela ex-legenda do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Embora os filhos do presidente, Flavio e Carlos (vereador no Rio) sejam filiados ao Republicanos, partido de Dejorge Patrício, ele não teria apoio dos Bolsonaros por ser ligado ao governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), que o nomeou como assessor especial da Cedae, no ano passado. Witzel é inimigo político do clã bolsonarista.


Confira os outros pré-candidatos a prefeito de São Gonçalo

Artur Belmont (DC) - Ex-secretário de Planejamento e Projetos Especiais de São Gonçalo, entre os anos de 2012 e 2015, durante a gestão do então prefeito Neilton Mulim. Belmont é pastor da Primeira Igreja Batista em Rio do Ouro, bairro do qual é morador, e agora tenta retornar a vida política, pela primeira vez disputando uma eleição. Ele é pré-candidato a prefeito de São Gonçalo pelo Democracia Cristã (DC), partido do gaúcho radicado em São Paulo, José Maria Eymael, famoso pelo jingle 'Ey, ey, ey, Eymael' e candidato a presidência da República desde 1998.

Claudio Rocha (PSDB) - Enfermeiro especializado em cardiologia, militar da Marinha e vereador em São Gonçalo desde agosto de 2018, no lugar do ex-parlamentar gonçalense Sandro Almeida (PHS), que teve seu mandato cassado. Apesar de estar somente há menos de dois anos atuando Câmara, Rocha já se coloca como pré-candidato a prefeito de São Gonçalo.

Dejorge Patrício (PRB) - Nas últimas eleições municipais, em 2016, Dejorge ficou em segundo lugar no returno ao perder o pleito para o José Luiz Nanci (Cidadania), que segue como prefeito da cidade. Em sua carreira política, Dejorge foi o vereador gonçalense mais votado, em 2012, e no seu primeiro ano de mandato na Casa Legislativa, licenciou-se para assumir a presidência da Fundação de Parques e Jardins de São Gonçalo, durante a gestão do então prefeito Neilton Mulim, na época seu correligionário no PR. Atualmente não tem nenhum cargo eletivo já que não conseguiu se reeleger como deputado federal pelo PRB, cargo que assumiu pela primeira vez, em 2017, ao substituir Clarissa Garotinho que era de seu partido e que havia se licenciado para assumir a Secretária Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do Rio de Janeiro, na administração do prefeito carioca Marcelo Crivella. Clarissa, inclusive, chegou a ser cogitada como pré-candidata prefeita de São Gonçalo, tendo o prefeito de Duque Caxias, Washington Reis, como principal cabo eleitoral, porém, ela confirmou a sua pré-candidata à Prefeitura do Rio. Alheio a esta discussão no clã da família Garotinho, Dejorge assumiu o posto de assessor especial de projetos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em 2019, nomeado pelo atual governador do Estado do Rio, Wilson Witzel (PSC), que tornou-se seu aliado político.

Dimas Gadelha (PT) - Médico de formação, foi secretário Municipal de Saúde dos dois últimos prefeitos da cidade, Neilton Mulim (2013-2016) e do atual, José Luiz Nanci. Neste último, licenciou-se em 2018, para tentar se eleger deputado federal pelo DEM, partido com ideologia de centro-direita. Atualmente é filiado ao PT, que embora seja um partido ligado a esquerda, o escolheu para ser seu candidato na corrida eleitoral do município. Dimas conta com apoio de um dos principais líderes petistas do Leste Fluminense, Washington Quaquá, ex-prefeito de Maricá.

Isaac Ricalde (PCdoB) - Presidente do Partido Comunista do Brasil em São Gonçalo, Ricalde é mais um candidato da esquerda gonçalense que pleiteia ser o chefe do Poder Executivo da cidade. Embora já tenha sido escolhido pelo PCdoB para encabeçar a chapa, há a possibilidade de uma composição com o Partido Socialismo e Liberdade (Psol), que tem Josemar Carvalho, como seu pré-candidato. Atualmente há conversas entre os partidos para a confirmação desta união ou não. Caso Josemar seja o candidato a prefeito, Ricalde não será o vice mas apoiará a coligação. Já que ele visa participar do pleito, apenas como um prefeitável. Por ora, segue como pré-candidato de sua nominata.

Gilson do Cefen (PROS) - Professor de matemática e em seu segundo mandato como vereador, o parlamentar gonçalense oficializou a sua pré-candidatura à Prefeitura de São Gonçalo, com apoio do 'clã' Garotinho. Neste projeto de pré-candidatura, o nome de Clarissa Garotinho chegou a ser cogitado para encabeçar uma eventual chapa, mas a deputada federal confirmou a sua intenção de concorrer à Prefeitura do Rio, na sucessão do prefeito Marcelo Crivella. Com isto, Gilson do Cefen poderá pela primeira concorrer ao cargo de chefe do Poder Executivo gonçalense.

Josemar Carvalho (PSOL) - Formado em Geografia e conhecido no meio político pela alcunha de 'Professor Josemar', ainda não exerceu nenhum cargo público eletivo, porém, é um constante candidato à Prefeitura de São Gonçalo e também como deputado estadual, sempre colocando os problemas da cidade como sua principal bandeira de reivindicação, sempre pelo Partido Socialismo e Liberdade. Atualmente é um dos líderes assim como Isaac Ricalde (PCdoB) do Fórum de Desenvolvimento Sustentável e de Resistência Democrática que reúne diversos movimentos sociais, ativistas, entre outros moradores do município. Caso venha como candidato a prefeito, esta será a quarta disputa majoritária na vida pública. No entanto, ainda há uma remota possibilidade para que venha como candidato a vereador. Mas isto, depende das tratativas de uma possível coligação de esquerda, entre seu partido com os comunistas do PCdoB.

José Luiz Nanci (Cidadania) - Atual mandatário da cidade, José Luiz Nanci vem de uma família de origem italiana que é influente em São Gonçalo, cidade da qual já foi vereador por cinco vezes (entre os anos de 1992 e 2010), e ainda pelo município também já foi eleito deputado estadual (2011-2016). Eleito como prefeito, em seu último ano na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o governo Nanci teve algumas polêmicas ao longo de sua administração como a não abertura do Teatro Municipal, que fica ao lado da sede da Prefeitura, e foi construído na gestão anterior de Neilton Mulim, no entanto, jamais foi inaugurado; a greve dos profissionais da Educação (pasta da qual está em seu terceiro secretário) e da briga (pública) com o seu vice, Ricardo Pericar (PSL), com quem rompeu relações e pode ter a concorrência do mesmo durante as eleições deste ano, já que Pericar, almeja ser prefeito em seu lugar. 

Marlos Costa (PDT) - Antes de migrar para o 'eterno' partido de Leonel Brizola, neste ano, com apoio e indicação do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, o advogado Marlos Costa, já foi vereador em São Gonçalo, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e se candidatou a prefeito em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), antes de chegar ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), que teve o última gestão reeleita na cidade, já que Aparecida governou sob a bandeira pedetista entre os anos de 2005 e 2012. Na vida pública, Marlos teve a experiência de ser secretário de Desenvolvimento Social no atual governo municipal de José Luiz Nanci e deixou a pasta para ser candidato a deputado estadual (ainda pelo PSB), em 2018, mas não foi eleito.

Nelson Ruas (Avante) - Também conhecido como Capitão Nelson, foi vereador por quatro mandatos consecutivos em São Gonçalo, tendo sido eleito pela primeira vez em 2004. Atualmente cumpre mandato na  Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e mantém bom diálogo com o governador Wilson Witzel (PSC), sendo um dos articuladores do programa 'Segurança Presente', em São Gonçalo. A cadeira que ocupa na Alerj é como deputado suplente no lugar de seu correligionário Marcos Abrahão, que foi preso, em 2018, em desdobramento da Operação Furna de Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Abrahão foi acusado de corrupção passiva e associação criminosa. 

Ricardo Pericar (PSL) - Atual vice-prefeito após uma curta temporada em Brasília como deputado federal suplente no lugar de Major Fabiana (PSL), que havia assumido a Secretaria Estadual de Vitimização Policial, a convite do governador Wilson Witzel (PSC). Pericar já é um 'velho' conhecido de São Gonçalo, desde os idos dos anos 2000 quando se manifestava contra a concessionária de energia elétrica da cidade com o slogan 'Fora, Ampla!', como crítica ao mau serviço prestado pela atual Enel, na época. Foi vereador por três mandatos (entre os anos de 2004 e 2016) e como parlamentar gonçalense passou pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Movimento Democrático Brasileiro (MDB, na época conhecido como PMDB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Solidariedade (SDD), respectivamente, antes de se filiar ao Partido Social Liberal (PSL). Pouco tempo depois de ser empossado como vice-prefeito de José Luiz Nanci (Cidadania), em 2017, Pericar rompeu com o atual chefe do Executivo alegando ter sido boicotado, fazendo acusações graves a Nanci e sua família, especialmente a primeira-dama Elaine Gabriel, que segundo ele, tem influência no atual governo. Inclusive, no último desfile cívico da cidade, no dia 22 de setembro, Pericar sequer subiu no palco montado em frente à Prefeitura Municipal, onde estava o prefeito José Luiz Nanci e outras figuras ligadas a política local, como o hoje, pré-candidato Capitão Nelson.

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